ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 12-12-2001.

 


Aos doze dias do mês de dezembro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulo Brum e Juberlei Bacelo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Helena Bonumá, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Centésima Sétima Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da Décima Sexta Sessão Extraordinária e das Atas da Qüinquagésima Terceira, Qüinquagésima Quarta, Qüinquagésima Quinta e Qüinquagésima Sexta Sessões Solenes, foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Cassiá Carpes, os Projetos de Lei do Legislativo nº 295 e 296/01 (Processos nºs 4558 e 4587/01, respectivamente); pelo Vereador Haroldo de Souza, 01 Pedido de Providências e o Projeto de Resolução nº 114/01 (Processo nº 4590/01); pelos Vereadores Helena Bonumá e Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 288/01 (Processo nº 4401/01); pelo Vereador João Carlos Nedel, 16 Pedidos de Providências; pelo Vereador Sebastião Melo, 01 Pedido de Providências; pela Vereadora Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do Legislativo nº 293/01 (Processo nº 4538/01). Também, foi apregoado o Ofício nº 616/01, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando que Sua Excelência se ausentará do Município das oito horas do dia treze até o dia quinze de dezembro do corrente, quando participará do Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, a ser realizado na Cidade de Recife - PE. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 541/01, do Deputado Federal Severino Cavalcanti; s/nº, do Deputado Federal Roberto Argenta. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 292/01, discutido pelos Vereadores Ervino Besson, João Antonio Dib e João Carlos Nedel, o Projeto de Resolução nº 117/01, discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Luiz Braz; em 5ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 107/01, discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, João Antonio Dib e Luiz Braz. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Marcelo Danéris, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando seja o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01 (Processo nº 3939/01) retirado da Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica do Município. Também, foi apregoado o Ofício nº 632/01, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01 (Processo nº 3939/01), o que foi deferido pelo Senhor Presidente. Ainda, o Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, registrou a presença do Vice-Almirante Izidério de Almeida Mendes, Comandante do 5º Distrito Naval, do Capitão-de-Fragata Péricles Vieira Filho, Delegado da Capitania dos Portos de Porto Alegre, e do Senhor Paulo Renato Paradeda, Presidente da Sociedade dos Amigos da Marinha em Porto Alegre, convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e informando que Suas Senhorias comparecem a este Legislativo para solenidade alusiva ao Dia da Marinha. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Pedro Américo Leal que, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, saudou o transcurso, amanhã, do Dia da Marinha, exaltando a importância do trabalho desenvolvido pela Marinha Brasileira e reportando-se à vida e à atuação militar do Senhor Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, patrono da Marinha Nacional. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vice-Almirante Izidério de Almeida Mendes, que destacou a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao transcurso do Dia da Marinha. Às quatorze horas e trinta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta minutos, constatada a existência de quórum e, a seguir, foi apregoado o Projeto de Resolução nº 118/01 (Processo nº 4612/01). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Valdir Caetano manifestou-se quanto a notícias divulgadas nos principais jornais de circulação em Porto Alegre, atinentes ao posicionamento adotado por Sua Excelência quanto ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01, o qual estabelece a progressividade das alíquotas do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU. Nesse sentido, informou ter declarado à imprensa que se manifestaria sobre a matéria em momento oportuno. O Vereador Almerindo Filho reportou-se ao Ofício nº 632/01, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01, que prevê a implementação de alíquotas progressivas para o Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU, abordando dados relativos aos métodos estatísticos utilizados para a elaboração do referido Projeto. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Estilac Xavier, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Executivo nº 033/01 (Processo nº 4287/01). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib referiu-se a propostas apresentadas por Sua Excelência quando exerceu o cargo de Prefeito Municipal de Porto Alegre, relativas à implantação de parquímetros e de garagens subterrâneas no Centro da Cidade. Também, teceu considerações sobre o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/01, de autoria de Sua Excelência, que modifica o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental - PDDUA. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Estilac Xavier, Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a Vereadora Maristela Maffei, do dia doze ao dia quatorze de dezembro do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente João Batista Pirulito, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador Estilac Xavier, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Darci Campani, José Valdir e Berna Menezes em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Maristela Maffei. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo discorreu sobre o Ofício do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01, que estabelece a progressividade nas alíquotas do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU, informando que o Partido do Movimento Democrático Brasileiro formou uma comissão para analisar o assunto e que Sua Excelência votaria contra o referido Projeto. O Vereador Cassiá Carpes manifestou-se contrariamente às disposições do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01, que prevê a progressividade nas alíquotas do IPTU, externando sua contrariedade a qualquer proposta de aumento de tributos na Cidade, destacando o posicionamento adotado pelas Bancadas de oposição ao Governo Municipal quanto a essa proposta e propugnando pela adoção de medidas alternativas de incremento de receita para o Município. O Vereador Haroldo de Souza reafirmou a decisão externada por Sua Excelência em oportunidades anteriores, no sentido de rejeitar o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01, que prevê a progressividade nas alíquotas do IPTU, criticando a atitude tomada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre quanto à retirada de tramitação da matéria e declarando sua posição em não aprovar aumentos da carga tributária municipal. A seguir, o Vereador Antonio Hohlfeldt, através de Questão de Ordem, manifestou-se sobre a distribuição, aos Senhores Vereadores, de documento enviado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, tendo o Senhor Presidente prestado informações sobre o assunto e tendo o Vereador Antonio Hohlfeldt manifestado-se a respeito. Também, o Vereador João Bosco Vaz registrou o transcurso, ontem, do aniversário da Senhora Nilza Lídia Hartmann - Dona Frida. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Estilac Xavier discorreu sobre o Ofício encaminhado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre a esta Casa, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01, que dispõe sobre a aplicação progressiva do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU, analisando aspectos sócioeconômicos do referido Projeto e os prováveis benefícios que o mesmo traria para a comunidade. O Vereador Reginaldo Pujol, reportando-se ao pronunciamento do Vereador Estilac Xavier, posicionou-se favoravelmente à apreciação de uma proposta de alteração das alíquotas do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU - no ano de dois mil e dois, defendendo a necessidade de uma ampla avaliação desse tema. Também, aludiu às condições de infra-estrutura do prédio do Cinema Capitólio, ressaltando a importância da preservação desse espaço no que tange à memória cultural da Cidade. O Vereador Nereu D’Avila discursou a respeito do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01, afirmando que, no entender de Sua Excelência, a população porto-alegrense se manifestou contrariamente à aplicação progressiva do IPTU. Nesse sentido, examinou as alterações na Planta de Valores propostas no Projeto e contrapôs-se à possível convocação extraordinária desta Casa, pelo Executivo Municipal, para tratar do assunto. O Vereador Antonio Hohlfeldt agradeceu aos Senhores Vereadores que integram a Comissão de Economia, Finanças Orçamento e do MERCOSUL pelo trabalho desenvolvido junto à comunidade no intuito de dirimir dúvidas relativas às modificações no IPTU, previstas no Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01. Ainda, questionou a postura adotada pelo Senhor Secretário Municipal da Fazenda, no que tange à divulgação de informações pertinentes ao Projeto. A Vereadora Clênia Maranhão teceu considerações acerca da tramitação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01, pronunciando-se sobre a participação da sociedade civil em Seminário realizado neste Legislativo para debater a questão da aplicação progressiva do IPTU. Ainda, parabenizou a atuação das Comissões Permanentes que integram esta Casa, no que diz respeito à prestação de esclarecimentos sobre esse processo. Na ocasião, o Vereador Antonio Hohlfeldt, formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Após, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA, tendo o Senhor Presidente informado a realização, a seguir, de reunião entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes. Às dezesseis horas e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e dez minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Fernando Záchia, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Foi aprovado Requerimento nº 281/01 (Processo nº 4569/01 - Requer manifestação da Comissão de Constituição e Justiça a respeito da Lei nº 8.271/99, que denominou Parque Zeno Simon um logradouro público localizado no Bairro Guarujá), de autoria do Vereador Beto Moesch. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 282/01, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Juarez Pinheiro. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 033/01, com ressalva da Emenda nº 01 a ele aposta, por dezessete votos SIM e oito ABSTENÇÕES, após ser discutido pelo Vereador João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Fernando Záchia, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Paulo Brum, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, João Batista Pirulito e Juberlei Bacelo e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz e Pedro Américo Leal. Após, foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 033/01. Em Discussão Geral, 3ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 027/01. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 267/01, por vinte e cinco votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão e João Antonio Dib, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, João Batista Pirulito e Juberlei Bacelo. Na ocasião, o Vereador Estilac Xavier registrou o transcurso, hoje, do aniversário da funcionária Inês Margareth Haffner. Em Discussão Geral, 3ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 004/01, o qual foi discutido pelos Vereadores Estilac Xavier, Antonio Hohlfeldt, Luiz Braz e João Antonio Dib. Na ocasião, nos termos do artigo 73, § 2º, da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e do artigo 131 do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, o Senhor Presidente promulgou a Emenda à Lei Orgânica nº 18. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 103/01. A seguir, o Senhor Presidente registrou a realização de reunião entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes para discutir proposta de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Os trabalhos estiveram suspensos das dezessete horas às dezessete horas e nove minutos, nos termos regimentais, e das dezessete horas e dez minutos às dezoito horas e dez minutos, para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes. Às dezoito horas e onze minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia, Reginaldo Pujol e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Ervino Besson. Do que eu Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada por todos os Senhores Vereadores presentes.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4493/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 292/01, de autoria do Ver. Ervino Besson, que institui o Dia do Panificador no Município de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 4609/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 117/01, de autoria da Mesa Diretora, que institui o Centro de Memória da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

5ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4269/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 107/01, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que altera a Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores - Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. (Vereador suplente/cargo Mesa Diretora)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, na Pauta, no dia de hoje, em 1ª Sessão, Projeto de autoria da Mesa Diretora que institui o Centro de Memória da Câmara Municipal de Porto Alegre. Quero registrar, muito especialmente, a minha satisfação por esta iniciativa da atual Mesa Diretora, especialmente por meio do Ver. Fernando Záchia, Presidente da Casa, e do meu companheiro de Mesa e de Partido Paulo Brum, porque, parece-me que, a Câmara de Vereadores dá um passo importante com a formalização do Centro de Memória no sentido de realmente preservarmos a história da Cidade de Porto Alegre a partir da perspectiva do Legislativo.

Nos últimos anos, mercê de um esforço de funcionários da Casa e também de diversas Mesas Diretoras, a Casa tem marcado uma série de atividades, que vão desde a recepção de escolas, de exposições periódicas, mas, sobretudo, da conservação, organização do acervo que é a história vida desta Cidade. Temos que ter claro que, independente das posições sobre determinado tema que temos aqui, é importante que isso fique documentado, preservado para que seja, depois, futuramente a matéria-prima da pesquisa e da história que se venha a fazer a respeito da Cidade de Porto Alegre. Sempre me lembro, sobretudo quando leio os livros do historiador Sérgio da Costa Franco, que a sua fonte básica de produção de ensaios é exatamente a leitura das Atas da velha Câmara de Porto Alegre, ainda do século XIX, onde os Vereadores, de uma certa maneira, mantinham funções bem mais amplas das que hoje nós possuímos no Legislativo, porque elas eram, também, executivas. Eram praticamente as funções do Executivo na administração da Cidade.

Por outro lado, em 5ª Sessão de Pauta, o Projeto de Resolução nº 107/01, do Ver. Estilac Xavier que altera a Resolução nº 1.188, propondo que Vereador Suplente possa ocupar cargo na Mesa Diretora da nossa Casa. Confesso que, desde que vi o protocolo deste Projeto por parte do Ver. Estilac Xavier, me surpreendi com a sua iniciativa, porque quase que digo é o caso típico de legislar em interesse e causa própria. Há anos, já tivemos uma experiência muito negativa nesse sentido, casualmente com o próprio Partido dos Trabalhadores. Nós tínhamos membros Suplentes da bancada petista integrantes da Mesa e em Presidência de Comissão, repentinamente, houve o retorno do Vereador titular, simplesmente, o Suplente, obviamente, saiu daqui, e nós ficamos num imbróglio bastante grande para resolver o problema da substituição de alguém que fora na Casa eleito, mas que, no entanto, não detinha o mandato do ponto de vista efetivo, dependia exatamente de uma vaga, pois era, nada mais nada menos, que um Suplente. Acho, em primeiro lugar, e quero deixar bem clara a minha posição, independente de ser um Projeto do Partido dos Trabalhadores ou não, sou radicalmente contrário a essa proposição, porque ela já foi testada, e foi testada negativamente pela Casa. Em segundo lugar, porque realmente evidencia apenas uma preocupação, neste momento, do Partido dos Trabalhadores em tentar resolver um problema que lhe é absolutamente particular, que não tem nada a ver com a instituição Câmara de Vereadores. A instituição Câmara não tem nada a ver com o fato de que a Bancada e o governo petista querem tirar titulares, levar para Secretarias, colocar Suplentes e resolver problemas políticos internos das diferentes correntes do PT. Não temos nada a ver com isso e não podemos colocar em risco a integridade da Casa, a estrutura e organização da Casa, simplesmente, porque interessa ao PT.

Eu quero deixar bem clara a minha posição radicalmente contrária a essa experiência, quero repetir, válida não para o PT, mas para todos os partidos, inclusive para o meu, porque acho que ela é ruim, é negativa para a Câmara de Vereadores. Infelizmente, precisamos preservar aquilo que é fundamental na Casa, o seu funcionamento pleno, sob pena de nós abrirmos mão de poder, de responsabilidade e por conseqüência, de representatividade. O Suplente, quando Suplente, é sempre “meio Vereador”, evidentemente que, quando exercendo o seu mandato, é Vereador pleno. Ocorre, no entanto, que o Executivo dispõe plenamente do mandato do Suplente, e, portanto, não há como nós delegarmos ao Suplente funções que vão além da sua própria condição de suplência.

Nesse sentido, não cabe, em hipótese alguma, a propositura que o Ver. Estilac Xavier está apresentando à Casa. Eu espero, realmente, que, pelo bom senso da própria Bancada, este Projeto acabe sendo retirado para que não tenhamos o dissabor de ter de comandar aqui todo um movimento das Bancadas em relação a este Projeto, buscando derrubá-lo. Ele é contrário ao interesse da Casa e não pode e não deve ser aprovado em hipótese alguma. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos honram com as suas presenças. Saúdo, com muito carinho, os nossos queridos amigos da Marinha que se encontram presentes nesta Casa.

Saúdo também as pessoas que nos assistem pela TV Câmara.

Nós temos aqui dois Projetos em 1ª Sessão de Pauta, sendo que um deles é Projeto de Resolução, de autoria da Mesa Diretora, que institui o Centro de Memória da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Como eu faço parte da Mesa Diretora, quero agradecer pelas palavras do Ver. Antonio Hohlfeldt. É um Projeto que foi apresentado pelo Presidente da Casa e foi aceito, por unanimidade, pelos representantes da Mesa Diretora da Casa. Conforme manifestação do Ver. Antonio Hohlfeldt, é um Projeto que engrandece esta Casa, porque institui o Centro de Memória da Câmara Municipal.

Também, em 1ª Sessão de Pauta, um Projeto de minha autoria, que é o PLL nº 292/01, que institui o Dia do Panificador no Município de Porto Alegre.

Nós já tivemos a oportunidade, aqui nesta Casa, de prestar uma homenagem à família panificadora. Os Srs. Vereadores e as Sr.as Vereadoras tiveram a oportunidade de estar aqui naquela Sessão Solene, representando as suas Bancadas, manifestando, aqui nesta tribuna, o que representa a família panificadora, hoje, aqui no nosso Estado. Nós temos cinco mil e quinhentas panificadoras com, aproximadamente, o emprego direto de trinta mil funcionários que trabalham no ramo de panificadora. Portanto, nada mais justo do que esta Casa, e temos certeza de que votará por unanimidade, oficializar o Dia do Panificador, que será no dia 8 de julho. Talvez, não tenhamos condições de votá-lo neste ano, pois tem de correr três Sessões de Pauta, mas, no próximo ano, logo que reiniciarem os trabalhos da Casa, teremos condições de votar este Projeto.

Queremos registrar que a Assembléia também, neste ano, prestou homenagem à família panificadora. Lá estivemos presentes, onde foi feito um ato muito marcante, muito justo; também em Canoas, há duas semanas, tivemos uma homenagem a quatro panificadores que receberam este prêmio. Foi uma Sessão Solene marcante, com atos, com pronunciamentos que só tem a engrandecer essa categoria que presta esse relevante trabalho para a nossa comunidade, porque, se há um comércio que abre as suas portas no primeiro horário da manhã, é a panificadora. Lá estão os seus consumidores, indo até as padarias, adquirir o seu alimento mais sagrado do dia que é o pão nosso de cada dia. Portanto, é com muita alegria que me manifesto desta tribuna, relatando estes dois Projetos que hoje estão em 1ª Sessão de Pauta. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência informa aos demais Vereadores que hoje recebeu Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris solicitando a retirada da Ordem do Dia, nos termos do art. 81 da Lei Orgânica, do PLCE nº 007/01, Projeto do IPTU. E também informamos recebimento de solicitação do Sr. Prefeito pedindo que seja retirado de tramitação o PLCE nº 007/01, também do IPTU. Então, informamos ao Plenário que primeiro foi retirada a urgência do art. 81, e, posteriormente, a pedido do Sr. Prefeito, foi retirado de tramitação o Projeto do IPTU. (Palmas.)

Hoje comemora-se o Dia do Marinheiro, também data de aniversário natalício do Almirante Joaquim Marques Lisboa, o Marquês de Tamandaré. Por solicitação do Ver. Pedro Américo Leal, esta Casa registra homenagem à nossa querida Marinha, e com muita alegria recebemos o Ex.mo Sr. Comandante do 5º Distrito Naval Vice-Almirante Izidério de Almeida Mendes; o Sr. Delegado da Capitania dos Portos de Porto Alegre, Capitão-de-Fragata Péricles Vieira Filho; e do Presidente da Sociedade dos Amigos da Marinha em Porto Alegre, Dr. Paulo Renato Paradeda.

Está com a palavra o Ver. Pedro Américo Leal, para falar em nome da Câmara Municipal, registrando a homenagem, que é o sentimento dos trinta e três Vereadores desta Casa.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ex.mo Sr. Comandante do 5º Distrito Naval, Vice-Almirante Izidério de Almeida Mendes, amigo desta Casa; Sr. Delegado da Capitania dos Portos de Porto Alegre, Capitão-de-Fragata Péricles Vieira Filho, filho de um grande amigo meu, colega de turma da Escola Militar; Sr. Presidente da Sociedade dos Amigos da Marinha, em Porto Alegre, Dr. Paulo Renato Paradeda, velho companheiro nosso; demais senhores integrantes da Marinha, Srs. Vereadores, meus companheiros. Hoje, comemoramos o Dia do Marinheiro, em dezembro, no meio do dezembro, na última semana, quando estamos abarrotados de projetos. É difícil, mas encontramos um momento para homenagearmos a nossa Marinha de Guerra.

Em 13 de setembro de 1807, nascia, aqui, bem perto de nós, no Município de Rio Grande, ao nosso lado, o Joaquim Marques Lisboa, essa figura admirável que veio a ser o Almirante Tamandaré. O Marquês de Tamandaré, patrono da Marinha, foi gaúcho, filho destas terras e foi mais um soldado, soldado do mar, que ornamenta e que ornamentou um rígido culto militar, na caserna do mar. E todos os cultos militares são rígidos, são austeros, despontam e servem aos militares das águas. Hoje em dia estamos homenageando os militares do ar, da terra, do mar. Hoje, na Câmara Municipal, nas Assembléias Legislativas e na Câmara Federal e no Senado. É muito bom que isso aconteça.

A Marinha escolheu a data do aniversário do Tamandaré para ser o seu dia, em resolução datada de 4 de setembro de 1925, muito tempo depois. Os feitos do Almirante Tamandaré, no decorrer de sua carreira, atestam para todos nós os 60 anos de serviço dedicados à Pátria e às batalhas, batalhas cruentas, batalhas navais, e nós, soldados de terra, pouco entendemos da tática e da estratégia naval.

O que entendemos, nós colegas deles, das estratégias nas águas?

Sessenta anos serviu este homem ao País e há cento e cinqüenta anos, naquela época, onde as decisões se tornavam difíceis, pela falta de tecnologia, que ora nos cerca e nos atende, e até pela falta de recursos nas mais rotineiras necessidades de ordem na linguagem militar, a serenidade de Tamandaré, nas decisões de batalha, ou na rotina do dia-a-dia, granjearam-lhe a admiração de subordinados e superiores.

O marinheiro é, na verdade, um soldado diferente; pois o mar que o cerca, em sua imensidão, imprime-lhe uma solene melancolia.

O marinheiro é uma ilha, cercada de água por todos os lados.

Sai ele para o combate, para instrução ou para missão, em viagem, malas prontas, dando adeus à família, deixando para trás a Pátria, o lar, e os seus amigos. Por quanto tempo?

Só Deus sabe!

Desloca-se por meses, o mar é seu eterno espectador, na maior parte das vezes, um amigo, silencioso, mas implacável.

Ao saudar a Marinha, Sr. Comandante do Distrito Naval, no seu Dia, reverencio também, não só a Armada, como também a Marinha Mercante, pela folha de serviços apresentada, principalmente, na II Grande Guerra. Foram comboios silenciosos, que pouca gente sabe, que foram torpedeados, vidas perdidas, ao longo das travessias, para o comércio, protegendo frotas, ou para o combate.

Reverencio aqui o Comandante, meu amigo - não sei se V. S.ª o conheceu - Waldemar Paiva, meu amigo e colega, o Português, como o chamávamos, morto no navio de guerra “Bahia”. Ele foi torpedeado em ação, morreu como 1º Tenente, em 1944, torpedeado pelos alemães. Quem se lembra disso? Foi mais um que morreu no rosário daqueles que morreram pela Pátria. O mar, com a sua magia, abre alas para a quilha do barco, do veleiro, e rompe o silêncio e a integridade das manhãs brilhantes de sol, das tardes quentes, das noites intermináveis, onde só o pensamento preenche o vazio da saudade! O marinheiro é um saudoso crônico, está sempre com saudades daqueles que ficaram em terra. Por onde anda o Cisne Branco, que eu tanto visitei, embaixador da nossa Armada, o melhor barco-escola do mundo? Cansei de ouvir as excelências dadas pelo seu Comandante, daquele barco. Onde está? Não sei, por esse mundo afora. Talvez até aqui no Brasil. Que belo veleiro! Que belo barco, que luxo! Que magnifico é o Cisne Branco! Como nós nos sentimos orgulhosos de termos o segundo barco-escola mais bem apetrechado, mais modelado, mais bem aperfeiçoado do mundo, feito na Alemanha, feito em outros países, aperfeiçoado aqui, ali e acolá! Hoje em dia pertence a nossa Armada, demonstra, por aí, pelas capitais, a vontade da Marinha de receber os brasileiros para mostrá-lo! Nós temos até um certo recato em conhecer os barcos de guerra. Pois bem, onde está o Cisne Branco? Sabem? Eu acho que sei. Ele vai deslizando pelo mar azul, como dizem, e até acho que os marinheiros não gostam muito desta música, de tanto ouvi-la, mas nos a achamos belíssima: “Vai deslizando num mar azul e nos traz saudade da Pátria amada, da terra minha em que tanto penso.”

Aí, nestas poucas palavras deste estribilho, está a vida e a alma do marujo, que hoje a Câmara Municipal homenageia, com muita satisfação, muito prazer, embora o Presidente Fernando Záchia tenha sua mesa abarrotada de projetos e mais projetos. E tenha o Prefeito, em boa hora, retirado o Projeto do IPTU, pelo que eu também dou meus parabéns ao Presidente Fernando Záchia. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Comandante do 5º Distrito Naval, Vice-Almirante Izidério de Almeida Mendes, está com a palavra. Ele falará em nome da Marinha.

 

O SR. IZIDÉRIO DE ALMEIDA MENDES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, boa-tarde a todos. É com muito orgulho que nós aceitamos esta Sessão em homenagem à nossa Marinha, a quem represento aqui no Sul do País. A Marinha é solidária com o desenvolvimento deste País. Nós acreditamos que este País tem um futuro, futuro este feito por brasileiros. Nós, dentro d’água, como marinheiros, acreditamos na nossa profissão, uma profissão de fé; nós não temos hora para trabalhar, não temos horas extras, tudo pelo nosso ideal. Quando, por ocasião da nossa formatura, estendemos a nossa mão e juramos o sacrifício até da própria vida por este nosso País.

Então, parabenizo o Sr. Presidente, Fernando Záchia, por esta Sessão, e agradeço também ao Ver. Pedro Américo Leal, pela sua brilhante alocução, e a vocês todos por esta homenagem à Marinha. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Agradecemos a todos pela presença nesta homenagem que esta Câmara Municipal faz à Marinha no Dia do Marinheiro. Agradecemos, também, ao Vice-Almirante Izidério de Almeida Mendes, Comandante do 5º Distrito Naval, pela presença; ao Capitão-de-Fragata Péricles Vieira Filho, Delegado da Capitânia dos Portos de Porto Alegre, e ao Dr. Paulo Renato Paradeda, Presidente da Sociedade dos Amigos da Marinha em Porto Alegre.

Interrompemos a Sessão por alguns minutos, para as despedidas.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h37min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 14h40min): Estão reabertos os trabalhos.

Apregoamos o PR nº 118/01, de autoria da Mesa Diretora.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, preciso, mais uma vez, registrar a fúria legiferante desta Casa. No último dia de Sessão, vai haver a apresentação de projetos que, como estes que aqui estão, passarão para o ano que vem, a não ser que haja convocação de Sessões Extraordinárias para serem percorridas as pautas necessárias.

O Dia do Padeiro, que será no dia 8 de julho, de autoria do Ver. Ervino Besson, poderia ser votado a partir de 15 de fevereiro, sem nenhuma dúvida.

A Mesa Diretora quer instalar o Centro de Memória da Câmara Municipal de Porto Alegre. Correta está a Mesa nessa sua preocupação, mas acho que é uma medida administrativa que poderia ser tomada. Na verdade, como há participação do BANRISUL... Mas, de qualquer forma, ainda daria para tomar a iniciativa de constituir o centro de memória, porque os documentos desta Casa precisam ser preservados.

E o Projeto do Ver. Estilac Xavier está em 5ª Sessão de Pauta, a última, portanto, para alterar o Regimento da Câmara, o que vai acontecer no ano que vem, e não agora. A fúria legiferante fica registrada e a contrariedade deste Vereador também. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, há apenas três projetos em Pauta na penúltima Sessão Ordinária deste ano. O primeiro é do Ver. Ervino Besson, instituindo o Dia do Panificador. Ele já nos colocou aqui a importância dessa categoria, que, em Porto Alegre, estima-se em mais de trinta mil empreendedores direta e indiretamente vinculados a essa atividade. Ela integrará o calendário oficial de Porto Alegre e será lembrado pelos porto-alegrenses para ser rememorado nesse dia em homenagem a essa classe tão importante.

A Mesa Diretora envia Projeto de Resolução, instituindo o Centro de Memória da Câmara Municipal de Porto Alegre. Esse Projeto é fortalecido com a parceria do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, que colaborará com a Câmara no sentido de instituir a história da Câmara, com o Memorial e com o Museu, o que já vinha sendo executado pelo esforço de vários funcionários com extremo êxito e com muita dedicação dos senhores funcionários, já que o Memorial tem várias atividades e, especialmente, o Projeto coordenado pelo Prof. Jorge: “A Câmara vai à escola”. É importante levar a Câmara às escolas. Eu aproveito a presença de bom número de visitantes a nossa Câmara para convidar as pessoas a conhecerem mais profundamente o que a Câmara pode apresentar para a nossa comunidade.

Foi, recentemente, reinaugurado o novo teatro “Glênio Peres”, ao lado do plenário: um teatro moderno, com oitenta lugares, que pretende fortalecer e difundir a cultura em nosso Município.

Nós temos o “T Cultural – Tereza Franco” que serve de palco para exposições culturais, de artes plásticas e de artesanato, onde temos visto verdadeiras maravilhas de artistas porto-alegrenses difundindo e fortalecendo a nossa arte.

Na semana passada, por minha proposição, efetuamos o lançamento editorial de um livro que vai, também, fortalecer a nossa cultura.

Vejam, tudo isso à disposição da sociedade porto-alegrense. São exposições, lançamentos gratuitos, sem nenhum custo para os artistas, para os expositores.

Nós temos a nossa biblioteca, fonte de pesquisas. Agora mesmo, foram lançados dois livros sobre a história das ruas de Porto Alegre. São histórias riquíssimas que estão na Biblioteca à disposição dos pesquisadores e da nossas escolas em Porto Alegre.

O nosso Setor de Relações Públicas tem um trabalho espetacular que se chama “Plenária do Estudante”. As escolas vêm à Câmara, e um Vereador coordena os trabalhos, isto é, formaliza uma Sessão plenária com os estudantes, onde os estudantes são os Vereadores. As crianças - eu sou testemunha, porque eu tenho acompanhado várias edições desse programa – chegam aqui tímidas e saem fazendo projetos de lei, discutindo os problemas da sua Cidade e saem, assim, muito mais otimistas, conhecendo a nossa Câmara Municipal.

Portanto, Srs. Vereadores, é um Projeto meritório a criação oficial do Centro de Memória da Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, quero discordar aqui do meu amigo Ver. João Antonio Dib, que fala sobre fúria legiferante. Eu acredito que uma das obrigações do Vereador é fazer Projeto de Lei. Se os Vereadores da Casa e os outros Vereadores não querem aprovar ou acham que são ruins os projetos, devemos votar contra os projetos. Agora, não podemos criticar os companheiros que fazem Projetos de Lei.

Ver. João Antonio Dib, desculpe-me, V. Ex.ª sabe que eu tenho uma amizade muito grande por V. Ex.ª, mas é a opinião deste Vereador.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, evidentemente que uma das funções do Vereador é fazer leis, mas principalmente fiscalizar o cumprimento das leis. Agora, a legislação em excesso prejudica. Se nós não tivéssemos fiscalizado, o IPTU, talvez, hoje, estivesse sendo aprovado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: É, mas os Vereadores costumam ser bons fiscais com relação ao problema do aumento de impostos. Os Vereadores se têm mantido atuantes e, nos últimos tempos, a não ser por algumas falhas, com relação a isso, mas poucos aumentos foram registrados, muito embora alguns aumentos tenham sido registrados com relação aos impostos.

O que me traz à tribuna, Ver. João Antonio Dib, é este Projeto aqui do Centro de Memória da Casa. Falei com o Presidente da Casa. Nós, quando presidimos a Casa em 1994, criamos o Memorial da Casa; em 1998, quando voltamos a ser Presidente, melhoramos o Memorial. Inclusive alguns funcionários estão lotados no Memorial da Casa. Quero lembrar que, no passado, tínhamos uma dificuldade muito grande inclusive com os próprios Anais da atualidade, que agora são melhor tratados. Mas o Vereador-Presidente me explicava que, quando do incêndio na Câmara Municipal, o incêndio que houve no Setor de Arquivo, tivemos a perda de alguns documentos, documentos mais atuais, de 1945 para cá. Alguns documentos, considerados mais importantes para a história da Câmara, que são dos primeiros anos da história da Câmara ou a primeira ata que temos aqui em nossos arquivos, esses documentos, Ver. João Dib, estão guardados em um arquivo que nós temos aqui na Casa, que é um dos arquivos mais modernos, em condições para que, realmente, esses documentos não sofram os desgastes que vão fazer com que a história da Câmara possa sofrer com tudo isso.

Então, eu quero cumprimentar a nova Mesa e o Presidente da Casa, que cria esse Centro de Memória, que faz com que, de repente, aquela idéia de memorial possa ser avançada e que possamos realmente ter melhores condições para que esses documentos possam ser resguardados e que possamos guardar bem a nossa história. Eu acho que é extremamente importante tudo isso.

Outro projeto que eu quero aqui registrar é o projeto que permite que Vereador Suplente, desde que no exercício contínuo da Vereança por período contínuo de um ano, possa ser eleito Vice-Presidente ou Secretário da Mesa. Nós somos absolutamente contrários a essa idéia, uma vez que, enquanto está no cargo, o Vereador Suplente tem as mesmas condições, tem os mesmos poderes, pode fazer o mesmo que o Vereador titular; ele é um Vereador titular. Só que, no momento em que volta o titular, ele perde a sua função. E ele não pode dizer assim: “Não, eu não vou sair”. Ele é obrigado a sair; a saída é automática. A substituição, na volta do Vereador titular, é automática. Então, imaginem só: como Vice-Presidente da Casa, eleito, o Vereador Suplente, está dirigindo a Sessão; volta o titular, e ele é obrigado a ir embora. É o Vice-Presidente da Casa, mas é obrigado a ir embora.

Então, eu acho que este Projeto apresentado pela bancada petista, aqui na Casa, tentando fazer com que os Vereadores Suplentes possam assumir a Vice-Presidência, passa pelo terreno do absurdo. Eu sei que é uma tentativa de alguns Vereadores do PT de resolverem uma situação atual, mas eu acho que, para resolver uma situação atual, momentânea, nós não podemos cometer um absurdo com o Regimento da Casa, nós não podemos fazer com que, de repente, se perpetue isto nas regras da Casa: que os Vereadores Suplentes possam assumir cargos como o de Vice-Presidente e como o de Secretário-Geral, cargos extremamente importantes para que a Casa possa entrar em funcionamento, possa funcionar normalmente. E essas pessoas não têm nenhum tipo de estabilidade para permanecerem, porque, afinal de contas, a estabilidade pertence ao Vereador titular.

Então, somos contrários a esse Projeto de Lei e somos absolutamente favoráveis ao Projeto que cria o Centro de Memórias aqui na Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, nós tivemos alguns dias de discussão, nesta Casa, sobre o IPTU progressivo. Muito se falou, muito se especulou. Não foram poucas as vezes em que fomos procurados pela população, pelos amigos Vereadores, por alguns segmentos da sociedade, questionando-nos sobre a posição deste Vereador sobre o IPTU progressivo.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de todas as vezes em que fomos questionados, muitas vezes por rádio, por jornais, em momento algum este Vereador disse que iria votar contra ou a favor do Projeto do IPTU progressivo. E nós tivemos, dentre os jornais que aqui vieram e nos questionaram, o jornal Zero Hora. Nós colocamos, e saiu no jornal - tenho aqui - que o Ver. Valdir Caetano, Líder do PL, estava indefinido.

No momento em que demos a entrevista a esse jornal, estávamos junto com o Ver. Reginaldo da Luz Pujol, e eu disse que as portas estavam fechadas, que o cadeado estava trancado, mas que as chaves nós não tínhamos jogado no Guaíba, que tudo era possível – isso foi o que dissemos para o jornal. Gostaria de mostrar, aqui, o jornal Zero Hora de ontem, que coloca o Ver. Valdir Caetano como indefinido no voto do IPTU progressivo. Hoje, surpreendi-me ao ler, no jornal Zero Hora, a coluna do Jornalista José Barrionuevo, pessoa cujo trabalho respeitamos muito, mas que, não sei por que motivo, por qual informação, equivocou-se por duas vezes quando disse que os Vereadores do PL - o Pastor Almerindo Filho e o Pastor Valdir Caetano - seriam favoráveis ao Projeto do IPTU Progressivo. Primeiro, o Ver. Almerindo Filho é Líder do PSL, e não do PL e, segundo, disse que iríamos votar favoráveis ao Projeto. Não quero colocar em questão qual será o meu voto, mas gostaria que fosse retratado que, em momento algum, abri o meu voto. Até mesmo hoje pela manhã, quando questionado por alguns Vereadores, disse que estava pensando e que, no momento certo, pronunciaria o meu voto. Não estou questionando sobre o voto a favor ou contrário, mas questiono a posição colocada no jornal Zero Hora de hoje, posição essa que nunca coloquei para pessoa alguma. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Almerindo Filho está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALMERINDO FILHO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, não poderia deixar de me manifestar a respeito de um Projeto que, há poucos minutos, fiquei sabendo, foi retirado de votação pelo nosso Prefeito Municipal, que é o IPTU progressivo, até porque a população merece um posicionamento do PSL e deste Vereador. Distante das ideologias partidárias, a primeira menção a se fazer sobre o Projeto do Executivo é a complexidade do tema e da construção do Projeto original. Enredado por cálculos e métodos estatísticos, o Projeto do IPTU Progressivo demanda uma detalhada análise, não somente do ponto de vista jurídico, amplamente debatido na Câmara, mas também do ponto de vista matemático e de seus impactos sobre o cotidiano da Cidade. Não desmerecemos o aspecto técnico dos métodos estatísticos utilizados, visto terem sido elaborados por uma instituição idônea que é o Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFRGS. Tampouco questiono a constitucionalidade do Projeto, embasada na Emenda Constitucional nº 029/00, que aprimora as regras do IPTU. Quanto ao mérito, são indiscutíveis as distorções existentes nas avaliações dos imóveis, alegação principal do Executivo. No apagar das luzes do ano legislativo, recebemos uma Mensagem Retificativa ao Projeto original, que, apesar de alguns avanços, não chega a solucionar todas as questões levantadas pelos Vereadores, notadamente os da oposição. Não esclarece a variável RH, que continua uma incógnita para a formulação de projeções dos valores do IPTU para o próximo ano. Há outras questões levantadas por vários colegas, para as quais, ao ler a Mensagem Retificativa, não encontrei respostas. Ainda não estava na política, mas lembro-me da sensibilidade do Prefeito Raul Pont, que, ao verificar a necessidade de maior discussão acerca do Plano Diretor de Porto Alegre, retirou o Projeto, que resultou, ao meu ver, em um ganho extraordinário para a Cidade, em vista da maturidade ganha com as contribuições do conjunto de Vereadores, bem como da sociedade. Há uma nova proposta que se começa a formar por iniciativa de alguns Vereadores, que prevê, primeiramente, a revisão da Planta de Valores dos imóveis, e, posteriormente, a discussão da progressividade do Imposto. Dessa forma, poderemos, inclusive, adequar o Projeto ao recente Estatuto da Cidade, sancionado pelo Executivo Federal. Creio que a sociedade ainda não está preparada para receber a implementação do IPTU progressivo. Com mais tempo e um novo Projeto, já com as contribuições do Legislativo, bem como de todas as associações e órgãos de classe que se manifestaram contrários ao Projeto, e, analisando a capacidade contributiva da população, poderemos construir uma proposta que seja satisfatória a todos os envolvidos, principalmente aos contribuintes.

Esta é a posição do Partido Social Liberal em relação ao IPTU progressivo: que seria contrária ao Projeto como ele está, que seria contrária se houvesse a votação hoje. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos a Emenda nº 01, de Liderança, ao PLE nº 033/01, de autoria do Ver. Estilac Xavier.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, é longa, muito longa a minha vivência com os problemas desta Cidade e as soluções para muitos deles. Ontem, por exemplo, eu recebia uma seqüência de telefonemas, inclusive na televisão, lembrando que o jornal Zero Hora mostrava que, trinta anos atrás, no dia 10 de dezembro, o Ver. João Antonio Dib tinha tido rejeitado o seu Projeto de Lei de implantação de parquímetros na área central. O Ver. João Antonio Dib tinha formação na Secretaria dos Transportes, curso de Engenharia de Tráfego; ele propunha e a Câmara rejeitava. Achei perfeitamente normal, talvez eu não soubesse expor a minha idéia. Mas todos os dias a gente vai aprendendo. Eu quis modificar a área central, quando assumi a Prefeitura e, por incrível que pareça, democracia eu não consegui fazer: é que, em vez de iniciar as obras, eu, que saía do Legislativo para assumir a Prefeitura, entendi de mostrar aos Vereadores aquilo que o Prefeito pretendia fazer, até para que eles pudessem melhorar. Mas eu obtive a contrariedade da Câmara e, hoje, eu olho as coisas acontecendo, aquelas que estavam lá naquele Plano de 1983, inclusive as garagens subterrâneas que eu queria fazer e que não me deixaram. Nada disso me incomoda.

Eu disse aqui, no momento da Pauta, que o grande momento do Vereador é quando ele fiscaliza o cumprimento das leis, não quando ele começa a fazer leis e mais leis, mas, na fiscalização da lei, ele se obriga a fazer uma nova lei.

Quando se estudou o Plano Diretor desta Cidade, eu consegui, quando se debatia na Comissão, que fosse reincluída, na proposta, a área rural, porque todos nós - Vereadores, Prefeito e Secretários - juramos cumprir a Lei Orgânica, na qual consta que deve haver Zona Rural na Cidade. E se a Lei Orgânica diz, eu tenho de fiscalizar e tenho de colocar. Agora, não entendi: no Plenário perdeu-se a votação por um voto. Eu não quis pedir renovação de votação porque eu sou um homem responsável. Se eu conseguisse a renovação de votação, nós teríamos de votar, novamente, todo o Plano Diretor. Isso eu não faria nunca, mas, por responsável, eu apresentei um Projeto de Lei, restabelecendo a Zona Rural, especialmente depois desse tão anunciado simpósio mundial que aconteceu aqui no início do ano, com muita publicidade. Diziam, com toda tranqüilidade, que a Zona Rural é a zona de contenção do crescimento da Cidade, e é indispensável em qualquer plano diretor. Eu achei normal e apresentei um Projeto de Lei restabelecendo a Zona Rural. O que me surpreendeu - mas me surpreendeu muito - foi que, somente ontem, aquela douta Secretaria do Planejamento, da qual tem gente aqui todos os dias, até para não fazer nada, somente ontem, deu ciência ao Conselho do Plano Diretor.

Aí, eu me senti triste, porque por tantos anos pertenci ao Conselho do Plano Diretor, como Secretário de Transportes, como Assessor-Engenheiro, como Diretor-Geral do DMAE, e eu via o Plano funcionar diferente. Agora, parece que o Plano funciona ao sabor dos interesses da coletividade, da Secretaria do Planejamento, que num dos jornaizinhos que a Prefeitura edita, lá na Secretaria do Planejamento, tinha uma manchete: “Deu furdunço no Plano Diretor.” Ninguém mais se entendia lá. Se não é a Câmara salvar o Plano Diretor, isso era uma coisa. Mas, agora, eles se reuniram ontem, e só ontem eles tomaram conhecimento de um Projeto de Lei apresentado na Casa, que se dirigia diretamente ao Plano Diretor. Só ontem eles tomaram conhecimento do Projeto do Ver. João Antonio Dib e, sem maiores explicações, aqui, estão, através do Sr. Presidente do Conselho do Plano Diretor, pedindo aos Srs. Vereadores que rejeitem o Projeto do Ver. João Antonio Dib, que restabelece a Zona Rural.

Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu vou encerrar, mas é longa a minha vida pública. E o Presidente do Conselho do Plano Diretor se dirige ao Secretário do Planejamento, este é o Prefeito e o Prefeito é o Presidente da Casa. Não é esse tipo de coisa que aqui aparece para desrespeitar mais uma vez o Legislativo Municipal. Eu fico profundamente entristecido que, mesmo vendo a assessoria da Secretaria do Planejamento, só ontem tomaram ciência de que havia um Projeto de Lei tentando restabelecer a Zona Rural na Cidade. Mas eu vou continuar aprendendo. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Srs. Vereadores, apregoamos o Requerimento de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no período de 12 a 14 de dezembro, conforme atestado anexo.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença da Ver.ª Maristela Maffei, e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos prestigia nesta Sessão de quarta-feira, muito especialmente os telespectadores da TV - Câmara. Evidente que eu não poderia deixar de me manifestar em nome do nosso Partido em relação ao Projeto do IPTU, cuja retirada o Sr. Prefeito acaba de anunciar a esta Casa. E vou, de certa forma, ser repetitivo em algumas questões que pautaram esse curto espaço de tempo em que esse Projeto esteve aqui na Casa.

A primeira questão que há de se sublinhar é que o nosso Partido, ao receber esse Projeto, constituiu uma Comissão liderada pelo ex-Secretário da Fazenda, Dr. José Ernesto Anzolim Pasquotto, que exaustivamente examinou essa matéria no seu Projeto originário, e após essas exaustivas e longas reuniões chegou à conclusão de que a sua Bancada votaria pela rejeição do Projeto. Quando veio a Mensagem Retificativa faltando três, quatro dias para a votação do Projeto - porque hoje era o acordo de Liderança para a sua votação - o Partido também se reuniu domingo, e se reuniu ontem pela tarde, e no final da tarde chegou também a uma conclusão de se manifestar pela rejeição do Projeto, o que foi externado à opinião pública. Mas fizemos isso de forma muito responsável, como alguém que quer contribuir com a Cidade e como alguém que tem contribuições a dar. Por isso nós queremos dizer à Liderança do Governo e ao Sr. Prefeito Municipal que nós estamos dispostos a contribuir nesse debate, para que seja bom para a Cidade.

Agora, eu não posso deixar de acentuar algumas contradições nesse Projeto do Executivo Municipal referente ao aumento de impostos. Ver. Nereu D’Avila, esta Cidade tem pautado nos últimos doze anos da Administração Popular, todas as suas ações, realizações, ou não-realizações, prioridades de norte a sul, de leste a oeste, todas as suas demandas através do Orçamento Participativo. E esse Projeto que trata de aumento de impostos não passou pelo Orçamento Participativo. Essa é a primeira grande contradição que deve ser estampada. Mas por que para calçar rua eu tenho de ir para o Orçamento Participativo? Para fazer a reforma do posto de saúde eu tenho de estar no Orçamento Participativo. Para colocar o dinheiro para a saúde eu tenho de estar no Orçamento Participativo. Mas para aumentar impostos eu não tenho de estar no Orçamento Participativo! Essa é a primeira contradição desse Projeto, Ver. Antonio Hohlfeldt. Não do Projeto, mas da conduta do Governo, que fala em participação popular; quando vem uma Emenda legítima do Bairro São Geraldo, viu-se todo o rebuliço que se deu nesta Casa, porque essa Emenda não havia passado pelo Orçamento Participativo. Pois eu quero dizer que o Projeto do Sr. Prefeito não passou pelo Orçamento Participativo.

Em segundo lugar, o Projeto chegou aqui no final de setembro, início de outubro, na época em que estávamos votando o Orçamento, e, portanto, não poderíamos discutir a matéria. Se o Projeto entrou tarde, a Medida Retificativa foi mais de afogadilho ainda - quatro dias apenas para votar o Projeto. Então, o Sr. Prefeito retira o Projeto e anuncia que está mandando a esta Casa a cobrança da taxa de iluminação pública, e diz mais: que a Cidade tem muito dinheiro e que nenhuma obra vai ficar sem ser realizada porque há um bom Orçamento. E isso prova aquilo que nós já dissemos: que essa Prefeitura tem uma extraordinária arrecadação e que tem dinheiro aplicado no sistema financeiro.

Por isso, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, esse Projeto, como ele foi colocado, ele só poderia ter um caminho: sua rejeição. Porque, na verdade, esse é um Projeto conservador, porque ele aumenta impostos. Porque se querem falar em progressividade, eu também quero! Se querem taxar os grandes vazios urbanos, eu também quero! Se querem fazer pagar mais quem tem cem imóveis, eu também quero! Agora, o inquilino, a classe média já paga muitos impostos. Chega de imposto federal! Chega de imposto estadual! E chega de imposto municipal! Isso é o que há de mais tradicional dos governos neoliberais. Ver isso nos governos neoliberais não é nenhuma novidade. Mas ver isso no Governo da Frente Popular, que prega justiça social, que prega inclusão social e que quer aumentar a arrecadação através de aumento de impostos?! Isso é o que há de mais conservador.

Por isso, lamento que este Projeto tenha sido retirado, Ver. João Antonio Dib, porque hoje seria o grande debate com a sociedade, com os Vereadores, e esta Câmara, de forma autônoma, responsável, não aceita a chicana do Sr. Prefeito de dizer que ela é reacionária. Reacionária, não: ela afirma seus compromissos e defende a cidadania. Portanto, estamos abertos à discussão, tranqüila, firme, mas não de afogadilho como quis o Executivo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, em exercício, Ver. Paulo Brum, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores, Ver. Sebastião Melo, que bom que eles retiraram, porque seria o momento de a oposição marcar presença nesta Casa. Chega de aumento! Quando não éramos Vereador, a coisa que mais nos deixava irritados era quando chegava uma conta em nossa casa e lá vinha o tal de aumento, aumento disso, aumento daquilo. Eu, dificilmente, na minha passada por esta Casa - dificilmente, não digo jamais porque isso não se pode dizer - apoiarei qualquer tipo de aumento nesta Casa.

É muito simples, é muito cômodo, nós, aqui, legisladores, taxar mais alguma coisa para o contribuinte, para o comerciante, para toda a população em geral. Eu até tinha uma idéia, e esta carta, do Sr. João Carlos Gordin - ele deve ter mandado para vários Vereadores e já tinha essa idéia de que isso era viável dentro dessa proposta do Executivo, como quem diz: “vai para a periferia!” - ele usa esse termo -, e a propalada qualidade de vida fica onde? Então, nesse aspecto temos que sentir que criticamos o Governo Federal pela quantidade de impostos, mas o PT já está acostumado. Enquanto nós pagamos uma alíquota de 27,5%, Ver. Paulo Brum, o PT cobra 30% de seus Deputados, Vereadores, CCs; parece que agora está baixando para 22%, mas era 30%, isso nós sabíamos. Então, nesse aspecto o PT conhece muito bem essa linha da bitributação.

Portanto, aqui, nesta Casa, ainda bem que a oposição é maioria. Alguns, às vezes, até acho que não são oposição, ficam em cima do muro, quase caindo para um lado, às vezes vão caindo para outro, mas a oposição tem que ser firme nesta Casa. A oposição tem que colocar as suas emendas com convicção, colocar os seus pontos de vista, mostrar ao Executivo que tem que achar outras formas de cobrança.

Eu vi o Secretário, Ver. Pedro Américo Leal, dizer que em Curitiba e Campinas cobram mais do que aqui. Mas se cobram mais é porque lá há mais necessidade, é desorganizado. Aqui a Prefeitura me parece estar bem; o caixa está cheio. Então por que cobrar mais? Enquanto não vier, para esta Casa, um Projeto enxuto, que se saiba claramente o que se vai fazer, eu, a Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, tenho certeza, o Ver. Elói Guimarães - porque estou falando pela Bancada -, nós não vamos, Ver. Sebastião Melo, como trabalhistas, deixar que qualquer tipo de Emenda, de Projeto e venham a onerar ainda mais o contribuinte de Porto Alegre. Nós temos a obrigação de não deixar passar. Que achem outras formas, mas não bitributação. Mais de 34%, já paga, o contribuinte, de impostos neste País. Portanto, nesse aspecto não vamos entrar nem... Eu até estudei muito pouco o mérito, mas algumas coisas me diziam que nós não poderíamos deixar que esse aumento fosse concretizar-se em cima desse contribuinte porto-alegrense. Se está privilegiado, às vezes é por uma herança, mora num bairro por uma herança, paga um IPTU, e se ele tem que pagar mais... paga mais ou “sai daí, vai para a periferia pagar menos, empobrecer cada vez mais, jogado na periferia.” Não! Todos têm que ter igual tratamento, e, portanto, é por isso que a Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro é contra qualquer tipo de aumento.

Que o PT busque outras alternativas, porque de aumentos o povo está cheio! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, pessoas aqui presentes, pessoas que nos acompanham pelo Canal 16, eu não gosto de tripudiar, não gosto de aproveitar a oportunidade. Eu fui o primeiro a dar o voto negativo a respeito do aumento do IPTU no dia em que chegou esse Projeto aqui na Casa. Fiquei firme na minha posição, negando esse aumento de imposto para o cidadão de Porto Alegre. Agradeço ao Prefeito por retirar o Projeto, a sociedade agradece. Lamento que a política permita esse tipo de comportamento, onde apresenta o Projeto, defende-o com unhas e dentes e, na eminência da derrota, retira-o e fica por isso mesmo. Falta para mim, nesse sentido, a convicção a quem age dessa matéria. O que importa para mim, para os meus eleitores, para a sociedade é que não teremos aumento do IPTU. Para mim isso é o que realmente interessa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tendo em vista a questão levantada pelo Ver. João Antonio Dib de que, por uma questão de hierarquia, o Presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano não poderia se dirigir diretamente a V. Ex.ª, com o que eu concordo, e, levando em conta, sobretudo, que o Conselho deve a esta Casa um cem número de leis complementares ao Plano Diretor que até hoje o Conselho não providenciou, eu queria pedir que a Mesa fizesse recolher cópia deste documento que eu me nego a receber. Acho que não cabe a distribuição desse documento, porque teria de vir pela fonte, hierarquicamente disponível, que é do Prefeito ao Presidente da Casa. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Vereador, esta Presidência tem o entendimento de que V. Ex.ª tem o absoluto direito de não querer receber, como há o direito da distribuição; é uma peça complementar para dar subsídios para quando entrarmos nesse processo de votação termos o esclarecimento necessário.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Acabei de definir o meu voto, contra o pedido do Conselho.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): É um direito de V. Ex.ª.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, ontem, alguns Vereadores e funcionários desta Casa contribuíram com dinheiro para que pudéssemos, à noite, homenagear uma pessoa que não trabalha na Casa; não é Vereador, nem Vereadora, mas faz parte da história desta Casa: é a Dona Frida, que fez 70 anos. Alguns Vereadores e funcionários organizaram uma festa para a Dona Frida. Eu queria deixar o registro e agradecer àqueles que contribuíram para a noite agradável que tivemos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Está feito o registro, Ver. João Bosco Vaz. Todos nós almoçamos com a quase “Ver.ª Frida”. Que está devidamente trajada! (Palmas.)

O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder. Ausente. O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, o Sr. Prefeito, hoje, depois da retirada da urgência, art. 81, encaminhou correspondência ao Presidente desta Casa, Ex.mo Ver. Fernando Záchia, pedindo a retirada da tramitação do Projeto de Lei que alterava o imposto municipal - IPTU.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, temos a convicção que o Projeto encaminhado pelo Governo, estabeleceu na Cidade, e nesta Casa, um contraditório saudável. Não há quem não saiba, no Município de Porto Alegre, que há uma profunda distorção nas plantas de valores. Isso significa dizer que cidadãos com a mesma propriedade, o mesmo imóvel, pagam impostos diferentes, o que é incorreto, o que não é ético, o que não é legal. Significa dizer que, ao retirar esse Projeto, o Legislativo, pela sua maioria, vendo que nós não íamos progredir, pelo o impasse criado, permanecerá essa distorção. Imóveis que custam até 200 mil reais – pasme quem está nos assistindo – pagam 17 reais por ano de imposto. Imposto muito caro, no sentido de necessário para a prestação de serviços e obras na Cidade. Encontramos aqui na Câmara quem dialogasse, mas encontramos um núcleo duro e hostil, que sequer quis conversar. Falaram para o Governo: “Não existe limite à correção da planta de valores”. Bem, vamos atenuar isso, vamos colocar limitador: 70% para os imóveis residenciais e 100% para o comercial. Não é suficiente, porque o saldo que vai ser dividido em cinco anos ainda pode ficar sem limitador. Propusemos limitador para os cinco anos necessários e propostos para corrigir; não se movimentou. A reportagem de ontem, colocando os Vereadores que estavam discutindo e os que têm posição contra o Projeto original, mas que aceitavam emendas, colocou um impasse para Vereadores, fazendo com que eles sofressem pressões diretas de poderosos interesses, que se mobilizaram como representantes do PIB local, ou que se fazem como representantes do PIB local, para pressionar Vereadores para que não votassem, aludindo estar preservando interesses daqueles que já pagam muitos impostos. Não é correto! O imposto proposto pelo Município, Srs. Vereadores, era um imposto protetivo, porque ampliava de 10% para 30% os que iriam ser isentos. E mais, 65% da população que paga imposto residencial seria pagadora de apenas 117 reais por ano de imposto. Isso em qualquer local é muito menos do que se paga de contribuição de condomínio.

Mas fizeram vários ataques; contaminaram a Casa com a perspectiva política-eleitoral, do meu ponto de vista; contaminaram-se com a radicalização do debate imposto no Rio Grande do Sul, na Assembléia Legislativa, e isso impediu, Ver. Pedro Américo Leal, que se aproximassem as posições que nesta Casa sempre convergiram para o interesse público.

Houve uma Bancada cuja liderança foi hostil, mas quero dizer que com todas as outras Lideranças nós pudemos conversar, mesmo com aquelas que foram contrárias desde sempre.

O imposto aqui foi tachado de inconstitucional; não é! Foi dito que é bitributação; também não é. Que a classe média está sobrecarregada; a classe média está sobrecarregada, mas é para onde se voltam esses recursos em serviços e obras para a qualidade de vida. Ninguém paga imposto, quando não vê sua aplicação. Em Porto Alegre se paga imposto e se vê a aplicação. Quem é que saiu prejudicado com esse movimento, com esse bloqueio momentâneo da Câmara de Vereadores, na sua maioria? Aqueles que não têm renda, os que têm pouca renda, os que têm média renda, que eram os que o Projeto protegia; esses estão prejudicados.

O Governo absorveu, nunca deixamos de dialogar com todos os Vereadores, independente, mas fomos rechaçados em alguns casos, mas a esmagadora maioria dos Líderes dos Vereadores conversaram. Com esse Projeto a Cidade está deixando de isentar a sua produção agropecuária, está deixando de ampliar a isenção para os aposentados, está deixando de isentar as áreas de preservação ambiental; os portadores de deficiência física, que poderiam ter os seus imóveis, de até 82 mil reais, isentados com uma proposta de Emenda do Ver. Paulo Brum, estão prejudicados.

Pois bem, o debate não terminou, é apenas um primeiro round. Nós já convencemos a Câmara que há distorção, faltou disposição política nesse momento e faltou amplitude para perceber que a disputa radicalizada no Estado não pode contaminar a Cidade, quanto mais quando ela é para prejudicar os interesses daqueles que o Projeto veio para proteger e preservar. Contrariamente ao que disseram aqueles que não queriam aprovar o Projeto por posições radicalizadas do ponto de vista político, ideológico, partidário, porque achavam que estavam fazendo um benefício para o Governo do PT, não, era para a Cidade.

Quando nós viemos aqui para ganhar o aplauso ou o apupo da população, nós viemos convencidos que estávamos fazendo o melhor. Não viemos aqui pelo aplauso fácil, nem para colocar a palavra que puxasse o melhor aplauso da população, mas para convencê-los, no momento difícil, que a Cidade precisa de recursos, de justiça social e de justiça fiscal.

Nós voltaremos a discutir com todos os Vereadores. O PMDB, o PPB, o PFL, o PSDB, o PSL, o PL vieram conosco conversar e nunca se ausentaram do debate propondo alterações. A reportagem de ontem produziu um efeito negativo e fez com que, nesta Casa, se constituísse uma idéia de que o Projeto não pode passar.

Nós voltaremos a discutir, do meu ponto de vista, a partir de março do próximo ano. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ouvi com a maior atenção a Liderança do Partido dos Trabalhadores, que acumula a condição de Líder do Governo e que se manifestou acerca da decisão do Sr. Prefeito Municipal de retirar de tramitação na Casa o Projeto de Lei de origem Executiva, que alterava substancialmente a legislação tributária municipal, no que diz respeito ao Imposto Predial, Territorial e Urbano.

Eu não pretendia, Sr. Presidente, sobre esse assunto, me manifestar no dia de hoje, até porque quero dizer tranqüilamente que entendo que a atitude do Sr. Prefeito Municipal é uma atitude que merece o aplauso da Casa.

Eu temia que essa matéria, de grande profundidade, pudesse ser votada de afogadilho, no final do período legislativo, e que, eventualmente, pudesse passar desapercebido, por integrantes desta Casa, alguns dos aspectos positivos, ou negativos, que ela pudesse envolver. Acho que a profundidade desta matéria é de tal ordem que votá-la, por exemplo, no mês de março, ou abril, como anuncia a Liderança do Partido dos Trabalhadores, é o que de mais positivo pode acontecer.

Estou vivendo, inclusive, sob o impacto de exemplos do que representam votos de afogadilho nesta Casa. Os jornais de hoje estampam reclamações de vizinhos meus, que moram em torno do Cine Capitólio, que reclamam o abandono daquele local, que foi objeto de deliberação desta Casa Legislativa, Ver. Antonio Hohlfeldt, muito estimulado por V. Ex.ª, quando aqui esteve o Prefeito, da época, Raul Pont, cobrando dos Vereadores agilidade e rapidez na decisão daquele assunto, o que mereceu uma resposta objetiva da Casa, que, em sete ou dez dias, aprovou uma situação de excepcionalidade para aquele prédio, na expectativa de que fosse cumprido o projeto. Não se olhou na profundidade. Em resumo: criou-se a excepcionalidade e, hoje, temos um problema a mais na Cidade de Porto Alegre. Um monumento à cultura e à tradição da Cidade de Porto Alegre, que ninguém sabe o que vai acontecer com ele e que, inclusive, corre o risco de, a qualquer momento, desabar sobre os vizinhos, aqueles que moram nas cercanias daquele imóvel.

Esse Projeto que, hoje, o Prefeito Tarso Genro entendeu em retirar do debate, tem muito mais profundidade do que aquela decisão que tomamos. Digo, com toda honestidade, e se alguém pode falar com essa autoridade aqui na Câmara, mais do que a minha, eu desconheço, porque nunca fui radical, nunca fui intransigente, o Ver. Luiz Braz, inclusive, me lembrava agora que recebemos reclamações de algumas pessoas, porque informamos a um veículo da imprensa que nos questionava sobre a nossa posição, relativamente a essa matéria, e o mesmo jornal que dizia que a nossa posição era contrária, informava que não fechávamos a possibilidade de dialogar. Como nunca vamos fechar! Liberal que se preza sempre está predisposto a discutir. Discutir não quer dizer ceder, discutir não quer dizer concordar com quem está na outra posição.

Então, eu digo que hoje, aqui, não estamos festejando vitórias, ninguém está lamentando derrotas. Se existe alguma vitória, é a vitória do respeito que tem de ter o Executivo com o Legislativo, que isso é o mínimo que se pode admitir no processo democrático.

O Prefeito Tarso Genro agiu corretamente, as condições atuais podem ter levado algum de nós a não ver o aspecto positivo do Projeto. Como as condições atuais podem ter escondido algumas situações negativas que outros tantos não possam ter verificado. Quero dizer em meu nome, em nome do Ver. Luiz Braz, que tínhamos posições firmadas nesse particular, que aguardaremos o mês de março, com o mesmo ânimo que nos encontramos no mês de dezembro, para conversar, para dialogar e para buscar corrigir essas coisas que estão dizendo e que são muito negativas, essas aberrações que tem na cobrança do tributo, comprovadas claramente, vão contar conosco para serem corrigidas, porque nós não queremos proteger quem quer que seja. Queremos igualdade de situações. Não queremos igualdade lá no pico, já que alguns estão pagando pouco, vamos botar todo mundo a pagar igualmente na parte de cima. Mas uma coisa justa, razoável, média, nós temos que ter, porque é nossa obrigação com a Cidade. Se, como liberais, temos algum ponto de vista de proteção ao contribuinte? Temos. A nossa responsabilidade é com a Cidade como um todo, para o liberal essa ação fiscal é importante, é um compromisso que temos assumindo, Ver. Estilac Xavier.

V. Ex.ª não tem motivo para se considerar derrotado no dia de hoje, ninguém tem de ser considerado derrotado ou vitorioso. Se alguém sente-se vitorioso no dia de hoje é a Casa do Povo de Porto Alegre, porque tem postura, tem posição e que não se negará em março, abril, quando entender o Prefeito de mandar o Projeto aqui para a Casa, Vereador-Presidente, nessa ocasião, a Casa - eu sei e V. Ex.ª, que hoje preside os trabalhos, também sabe que a Casa não se furtará de, mais uma vez, com, responsabilidade, com isenção, sem preconceito, não se submetendo a manobras sórdidas, não sendo equivocada nos seus propósitos, a Casa, mais uma vez, saberá responder os interesses da Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, eu creio que, nesta discussão toda, quem ganhou foi a população de Porto Alegre. A população, aliás, expressada em programas de grande audiência nesta Cidade, que nos diz que 82% são contrários. Evidentemente, que o programa começa às 21h30min e vai até às 11h, há tempo, inclusive, de grandes mobilizações, quando convêm, para telefonemas, mas, mesmo assim, a população é inequívoca. O Brasil paga cerca de 32 ou 33% do PIB - Produto Interno Bruto - de carga tributária, uma das maiores do mundo! E, no fundo, aqui, até poderia ser estudado, ao contrário do que alegam por aí, de que a oposição não estudou. Nós ficamos aqui, sem ar condicionado, tomando banho de suor, para ouvir os técnicos da universidade falarem até sobre teoria quântica, porque foram tão complicados os cálculos que trouxeram para nós, que aquilo parecia matemática quântica. Mas nós debatemos, nós aceitamos esse debate todo. Agora, num Parlamento se concorda ou se discorda, e nós discordamos frontalmente, porque havia por trás do racional imposto progressivo de tirar de quem tem mais para quem tem menos, até que é absolutamente racional, a questão da Planta de Valores, essa é que é a questão. Tanto isso é verdade, que a Planta de Valores de 1999 também era escorchante. A Planta de Valores que, em 1999, nos trouxeram, ela só não foi aplicada, porque o Ver. Isaac Ainhorn, a Bancada do PDT, patrocinou que ficasse um freio nos índices da inflação. Então, havia, sim, uma indisponibilidade da população, que é onerada compulsoriamente com aumento de gasolina, aumento da luz, aumento de gás. Então, não se pode, racionalmente, aumentar, segundo a Prefeitura, a bagatela de 70% para os residenciais. E, agora, na Mensagem Retificativa, quem ia pagar o pato eram os não-residenciais. Primeiro, que, muitos são pequenos comerciantes, muitos são profissionais liberais que pagam aluguel - que é outra distorção, o inquilino é quem paga. O cidadão pode ter dez imóveis, ele só paga de um, os outros nove, quem paga é o inquilino. São variantes que têm de ser consideradas.

Eu acho que o Governo, sensível a isso, retirou estrategicamente o Projeto, porque notou que não havia... E mais, uma coisa que eu quero destacar, porque eu fico muito contente: se fala muito, em Porto Alegre, em participação popular. Agora, a participação popular tem que ser para todas as questões, porque essa aqui também é uma questão que mexe no bolso do cidadão. Mas o que ocorreu? Ocorreu que a sociedade, com seus diversos segmentos, clubes de serviço, conselhos regionais de profissionais liberais, enfim, uma série de instâncias populares, inclusive da classe média, que é a espinha dorsal da população de Porto Alegre, manifestou-se, em grande voz uníssona, pela rejeição do Projeto.

Vejam bem, será que todo mundo está errado, a população que se manifesta em programas de rádio de grande alcance? Nós discutindo o Projeto aqui e a população se manifestando para nós na rua, em toda parte: os núcleos, a sociedade organizada, também repelindo o Projeto. Aí nós achamos que o Projeto não vai passar, não devemos votar, e, debatendo com os nossos Partidos, no caso do PDT, aí então quem está com o passo certo é o PT, é o Sr. Adeli Sell, que, de forma hilariante, disse que quem perdeu foi a população de Porto Alegre. Pobre população! Perdeu de ser escorchada! Essa é uma lógica que nós não aceitamos.

E eu só espero que não se cometa a insanidade de querer, extraordinariamente, reunir esta Câmara para, mais uma vez, tentar colocar, goela abaixo, mais aumento de imposto no fim de ano. Nós não daremos esse presente grego à população. Absolutamente, não daremos! Eu disse, aqui, outra vez e hoje me orgulho desta Câmara: ela tem a altivez necessária para repelir uma conversa envolvente que muda de nome, é matriz tributária, hoje tem outro nome, mas no fundo é o ICMS que se quer aumentar no Estado. E aqui, com várias linguagens, com vários tons de violão, mas nós, fundamentalmente, repelimos qualquer tipo de aumento de imposto duplo, como seria: aumento do valor venal da Planta de Valores e depois a incidência de alíquotas diferenciadas, inclusive de 1,6% para os imóveis não-residenciais. Por isso, acredito que quem ganhou foi a população de Porto Alegre, que viu que a sua Câmara reagiu a mais uma imposição que, em outras vezes deu certo a cantilena; desta vez tiramos as máscaras da Frente Popular. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. Tanto na condição de Líder do PSDB, portanto, em meu nome pessoal e do Ver. Paulo Brum, quanto na condição de Presidente da Comissão de Finanças, agradecendo a todos os Vereadores que compõem a CEFOR, ao Ver. Adeli Sell, ao Ver. João Antonio Dib, ao Ver. Ervino Besson, ao Ver. Carlos Alberto Garcia, acho que a nossa função nesse debate, muito especialmente, do IPTU, foi importante. Conseguimos produzir, pelo menos, três reuniões fundamentais na análise desse Projeto nesta Casa. Aquela primeira, quando o Secretário Utzig aqui esteve; depois duas reuniões, quando recebemos a população para se manifestar a respeito do Projeto e, sobretudo, quando recebemos documentos como aquele do Conselho de Economia e o do Conselho de Odontologia, que fiz questão de incorporar ao meu relatório. E, por fim, o pedido que havia feito ao Dr. Orion Cabral, para que nos enviasse um parecer técnico e ele movimentou toda uma equipe e tão logo recebi esse parecer, reparti com o Ver. Reginaldo Pujol, que era o Relator da Comissão de Justiça. Acho que esta Casa não decidiu levianamente. Acho que esta Casa ouviu a população, ouviu as razões do Executivo e entendeu aquilo que me permito citar no relatório da CEFOR.

 Há questões a serem consideradas, mas seria prudente que o Prefeito Tarso Genro tivesse a mesma humildade do ex-Prefeito Raul Pont, e demonstrou que a tinha quando, ao assumir a Prefeitura, retirou o Plano Diretor, reviu-o e depois reenviou-o a esta Casa, e passamos um ano no seu debate e aprovamos um projeto, que considero exemplar. Pois, o Prefeito Tarso Genro também demonstrou essa humildade que eu lhe pedia no meu relatório: retira o Projeto e, quem sabe lá, reenviá-lo-á, já com correções, em março, e poderemos, então, ter um longo debate sobre esse Projeto, buscando, sobretudo, aquilo que o Prefeito, nesse momento, não pôde nos dar, quando o Secretário Utzig se negou a atender o pedido feito pelo Ver. Sebastião Melo. Eu, particularmente, entendo que ali, Ver. Sebastião Melo, ficou selada a sorte da proposta da Prefeitura. Eu não tenho a menor dúvida, se o Secretário Utzig tivesse ouvido o Professor Ribeiro, da UFRGS, que aqui estava, e que me disse, fora do microfone, que o programa estava pronto; bastava rodar, ou bastaria nos mandar uma cópia do disquete, e nós o colocaríamos à disposição aqui, teríamos, quem sabe, emendado o Projeto, mas, certamente, o teríamos discutido e aprovado. Mas, quando o Secretário Utzig e a Prefeitura se negaram a dar acesso ao que seria o resultado desse Projeto, evidentemente, criaram uma desconfiança absolutamente intransponível em relação à realidade do Projeto. Espero que o Secretário Utzig aprenda, ele que está estreando nessa área, é melhor confiar e vencer do que desconfiar e perder, porque eu acredito que, em parte, a Cidade perdeu, porque não pôde fazer um debate mais amplo, mas não pôde fazer um debate mais amplo, não pela intransigência da oposição, mas pela intransigência da situação; foi pela negação da situação a nos dar os dados necessários, por exemplo, responder o que era o tal “elemento H”, que, até hoje, ninguém de nós sabe. Eu desafio qualquer Vereador do PT aqui a assumir a Bancada e dizer o que é e quanto vale o tal “H” no cálculo final de como se implantaria o imposto no progressivo. E foi a partir desses dados, dessas negativas, desses silêncios, dessas tergiversações, que se construiu a necessidade da retirada desse Projeto. Não foi a oposição a intransigente; faltou, quem sabe, ao Executivo, melhor compreensão de que política se faz fundamentalmente com transparência, sobretudo quando se vai mexer no bolso do cidadão.

Por outro lado, eu quero ter a tranqüilidade de dizer que foi importante a conversa permanente que todos nós tivemos entre as Lideranças, inclusive, com a Liderança de Governo. Foi importante nos debruçarmos sobre um Projeto e avaliarmos com objetividade suas conseqüências. E foi importante que a mobilização, não dos setores que o PT gosta de mobilizar, mas de outros setores que também têm direito à mobilização, tenha ocorrido, não com o fator de PIB, que não me preocupa, mas com o fator dos seus interesses pessoais, que são tão legítimos quanto os de todos os demais setores com que normalmente a Prefeitura gosta de trabalhar. Acredito que tivemos, aqui, um belo exercício de democracia, espero que esse aprendizado não se transforme em ameaças.

Ouvi, hoje, pelo rádio, que vai-se entrar na Justiça para derrubar Projeto de Lei que esta Câmara votou anos atrás, e, sobretudo, que não se tente compensar a perda do IPTU com a taxa de iluminação pública. Não vamos misturar “alhos e bugalhos”. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo PPS.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queremos também saudar os porto-alegrenses que acompanham os nossos trabalhos, evidentemente, preocupados com o Projeto de Lei que estava apresentado nesta Casa e que foi retirado, na tarde de hoje, referente ao aumento do IPTU. Eu quero fazer algumas considerações, algumas talvez já tenham sido reafirmadas por Líderes de outras Bancadas, mas nós achamos importante fazê-las, considerando o significado do processo de discussão que se estabeleceu nesta Casa, por meio das Comissões, das diversas Bancadas, e da integração entre a sociedade civil - dezenas e dezenas de entidades, lideranças da Cidade - e os representantes deste Parlamento. O PPS tinha, desde já algum tempo, colocado a sua posição pública a respeito da proposta de aumento de IPTU apresentada pelo Executivo. A nossa Bancada, juntamente com executiva do Partido em Porto Alegre, realizou um seminário que contou com a participação de mais de cem lideranças e com a presença de técnicos que se haviam debruçado detalhadamente sobre o Projeto. Reafirmamos, naquele seminário, a posição que explicitamos na imprensa, posição contrária ao aumento do IPTU. Primeiro: porque os cidadãos brasileiros já têm sido vitimados por uma política de aumento de diversos impostos, quer seja do Governo Federal, quer seja do Governo Estadual ou do Município de Porto Alegre. Não há nenhuma categoria profissional que tenha tido um aumento de 20 ou 30% nesses últimos anos. Pelo contrário, fundamentalmente, os setores da classe média têm sido pressionados para menos, na sua renda familiar. É, portanto, um contra-senso querer fazer um aumento de imposto, como foi proposto pelo Executivo para esta Casa. Além do mais, este Projeto era um “cheque em branco”. Nos próximos anos, sem a intervenção desta Casa, o Executivo poderia reajustar. Nós pensamos que isso fere uma concepção democrática e que tiraria do consumidor, do contribuinte, um direito que é fundamental, ou seja, o de saber quanto ele paga e conhecer os motivos, o cálculo que levou à cobrança daquele imposto. Além disso, os prazos colocados foram, absolutamente, exíguos, fundamentalmente, quando se referem à Mensagem Retificativa que, recentemente, chegou nesta Casa. Aliás, eu penso que a proposta de reformulação da Mensagem Retificativa, em alguns itens, piorava a proposta preliminar.

Eu penso que a retirada do Projeto é por nós compreendida como um processo de autocrítica do Executivo; esperamos que, efetivamente, seja assim, que não haja nenhuma tentativa de, no último momento, “ao apagar das luzes”, por intermédio de Sessões Extraordinárias, tentar-se impingir à população de Porto Alegre mais um aumento de imposto. Esperamos também que haja uma possibilidade de que, no futuro, com tempo, com calma e com dados, possamos discutir sobre a Planta de Valores da Cidade.

Eu, por último, parabenizo as Comissões desta Casa, fundamentalmente a Comissão de Finanças, a qual cumpriu um papel importante na elucidação deste Projeto.

Nós já tínhamos justificado pela imprensa a posição contrária da Bancada do PPS, pensamos que isso era legítimo de ser feito, porque queríamos deixar absolutamente clara a posição que estávamos defendendo.

Para concluir, quero dizer que em nenhum momento deixamos de discutir com a Bancada do Governo, por intermédio do seu Líder, o Ver. Estilac Xavier, o qual esteve, várias vezes, discutindo conosco a proposta do Executivo. Portanto, reafirmo a posição do PPS, que é contrária ao aumento do IPTU, e quero registrar, mais uma vez, a retirada do Projeto por parte da Bancada do Governo. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, eu queria requerer, antecipadamente, que, logo após a verificação de quórum, V. Ex.ª suspendesse a Sessão, pelo menos por um minuto, porque eu desconheço qualquer acerto com relação à Ordem do Dia. Então, seria procedente que pudéssemos conversar.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): É procedente, até porque nós tínhamos nos preparado para que esta Sessão, do dia 12, quarta-feira, fosse dedicada exclusivamente ao IPTU. Com a retirada do Projeto do IPTU, certamente abriu-se uma lacuna para que nós possamos nos reorganizar e elaborar uma ordem nos trabalhos.

Não há mais inscrições para Comunicação de Líder.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Solicitamos uma rápida reunião com as Lideranças para, conjuntamente, acertarmos a ordem dos trabalhos.

Estão suspensos os trabalhos por alguns minutos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h02min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 16h10min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Acertamos com as Lideranças a ordem dos trabalhos. Vamos dividi-la por etapas. Na primeira etapa, apreciaremos os projetos rápidos sem grandes discussões. Depois, com calma, faremos uma outra interrupção para acertar a segunda etapa. Enquanto isso, as Lideranças vão agendando essa segunda etapa.

Primeira etapa: vota-se, inicialmente, o Requerimento nº 281/01, de autoria do Ver. Beto Moesch, depois, o PLL n° 282/01, o PLE n° 033/01, PR n° 027/01, PLL n° 267/01, PELO n° 004/01, PR n° 103/01. Esses seriam os projetos, Srs. Vereadores, apreciados na primeira etapa.

Em votação a proposta apresentada que altera a ordem dos trabalhos. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Requerimento n° 281/01, de autoria do Ver. Beto Moesch. Em votação o Requerimento nº 281/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 4226/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 282/01, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que inclui, no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, a Semana de Arrecadação de Livros para a Campanha "Nenhum Presídio sem Biblioteca".

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n° 282/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 282/01. O Ver. Juarez Pinheiro, autor do Projeto, está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, para agilizar a votação, comprometo-me de falar apenas por dois minutos, mas eu quero, neste momento, agradecer aos meus colegas, Vereadores de todas as Bancadas, que possibilitaram que este Projeto entrasse hoje na Ordem do Dia e que entenderam o alcance dessa matéria. Esta é uma iniciativa nossa, do Município, que virou uma política pública, hoje endossada pelos órgãos que tratam da questão da ressocialização dos detentos, mas foi significativo o apoio dos nossos colegas Vereadores, não só no que se refere a possibilitar a votação do Projeto, como alguns, inclusive, têm trazido livros, e a SUSEPE, eventualmente, os tem apanhado. E a partir de agora, de uma forma mais orgânica, essa campanha vai, então, pegar ainda mais fôlego. Quero dizer que só existem duas formas de ressocialização dos detentos, a meu juízo. Uma forma é propiciar educação durante esse tempo em que cumprem esse prazo de pena, porque não existe preso, existe alguém que, momentaneamente, está preso. Ninguém é preso, a pessoa está presa. Outra forma é possibilitar que sejam feitos convênios com empresas para que os presidiários, os detentos que se recuperam possam, durante esse período, realmente ter uma tarefa e assim se recuperar. Agradeço aos Srs. Vereadores, quero ser breve para propiciar outras votações. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação o PLL nº 282/01. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 4287/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 033/01, que altera o "caput" e inclui parágrafo único ao art. 1º da Lei nº 8.689, de 28 de dezembro de 2000, que atribui verba de representação aos cargos que menciona, e dá outras providências.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, §1º, III da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 033/01. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 033/01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje, no início da Sessão, quando se falava em Pauta, eu disse que havia uma fúria legiferante, nesta Casa, que era contrário a ela. E que entendia que o grande papel do Vereador era de fiscalizar o cumprimento das leis para que elas fossem respeitadas, mas ele também tem que fiscalizar a edição da lei. No ano passado, quando se votaram essas verbas de representação das assessorias de S. Ex.ª, o Sr. Prefeito, votei contrariamente e votei contrariamente, porque não conseguia entender por que os seus três principais assessores - Assessor Economista, Assessor Engenheiro e o Assessor Jurídico - recebessem menos, tivessem representação mais baixa daquelas assessorias que, de repente, durante quatro ou cinco dias ficaram, aqui, no Plenário, incentivando o Orçamento Participativo. Eu não entendia isso! Eu não podia compreender isso! Até por que já tinha sido Assessor Engenheiro e sabia o que representava ser Assessor Engenheiro. Agora, este ano, o Prefeito parece que entendeu, melhor do que o seu antecessor, e manda alterar as verbas de representação do Assessor Jurídico, do Assessor Engenheiro e Assessor Economista e estou satisfeito, está certo! Eu até já me manifestei na Pauta, mas, depois, me manifestei no dia em que chegou, fui analisar com mais cuidado, ele já aproveitou e mandou mais uma: “Alteração do caput do artigo 1º: Pretende conceder a verba de representação ao Assessor de Direitos Humanos.” Eu não tenho nada contra os Direitos Humanos, mas tenho tudo a favor dos deveres humanos. Eu gosto muito das pessoas que têm responsabilidade e se todos cumprirem os seus deveres, não preciso me preocupar com os direitos, porque há o dever de assegurar os meus direitos. Então não tem problema.

Agora, uma outra coisa eu tenho alertado e acho que esse Processo, que até retroage ao dia 31 de agosto, nós vamos aprovar, não tenho dúvidas. Mas ele vai ser nulo, porque não tem aqui o que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal e até está retroagindo, dizendo o quanto representa de recursos para o Executivo, a alteração ora proposta. Não basta o artigo 3º que diz: “Fica o Executivo Municipal autorizado a abrir créditos suplementares necessários para a cobertura das despesas geradas por esta Lei.” A Câmara não pode aprovar isso aí, mas, se aprovado, não vai valer, porque o Executivo alertado que foi, todas as vezes, que deveria mandar o que representa essas despesas, não faz, é mais um dos projetos. Noutros mandaram, neste aqui não mandaram, talvez, porque o Prefeito também não tem interesse de resolver o problema dos seus assessores, mas mandou um Projeto de Lei.

Portanto, eu não tenho por que não votar, pois no ano passado eu defendi esta posição e votei contrariamente ao Projeto, porque não incluía esses três assessores. Agora, eu não sei como é que a Câmara vai fazer, por isso eu vim discutir e gostaria de saber da Diretoria Legislativa, já que este Projeto está sendo votado sem parecer, sob a égide do art. 81. Se passasse na Comissão de Finanças, eu teria pedido o que determina a Lei de Diretrizes Orçamentárias; mas não passou, eu não posso fazer nada. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação nominal o PLE nº 033/01, com ressalva da Emenda nº 01 a ele aposta. (Pausa.) (Após a apuração.) APROVADO por 17 votos SIM e 08 ABSTENÇÕES.

Em votação a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Estilac Xavier, aposta ao PLE nº 033/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com abstenção dos Ver. Antonio Hohlfeldt, Ver. Luiz Braz, Ver. João Antonio Dib e Ver. Haroldo de Souza.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1391/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 027/01, de autoria da Mesa Diretora, que inclui dispositivos no Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores. Com Emendas nºs 01 a 04. (homenagens)

 

Parecer:

- da Comissão Especial: Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 a 03.

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 126, § 1º, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão, em 3ª Sessão, o PR nº 027/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Somente discussão.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 4004/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 267/01, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Cineasta Itacyr Romeo Rossi.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em discussão o PLL nº 267/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação nominal. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, faço questão de fazer o encaminhamento deste Projeto de Lei da Ver.ª Clênia Maranhão, para que fique, inclusive, registrado nos Anais da Casa a homenagem mais do que merecida a Itacyr Rossi, que é um dos pioneiros do cinema no Rio Grande do Sul. Eventualmente como diretor, mas fundamentalmente como produtor, ele respondeu por aqueles filmes que nos anos 60 marcaram o cinema no Rio Grande do Sul, sobretudo os filmes do Teixeirinha, que podiam não ser o gosto que talvez o interessasse mais como estética cinematográfica, mas que permitiram a existência de um quadro de técnicos, a formação de atores que muito provavelmente hoje sustentam o nível que temos no cinema gaúcho e que hoje realmente recebe o reconhecimento nacional.

Então, em boa hora, relembra a Ver.ª Clênia Maranhão o nome de Itacyr Rossi, porque efetivamente no momento em que talvez muito pouca gente corresse o risco de investir em cinema, Itacyr Rossi foi um desses homens que teve essa coragem. E mais do que fazer o filme da bitola larga, chamado 35 mm, o Itacyr se preocupava também em produzir depois as cópias em 16 mm, que por seu lado eram redistribuídas pelo, hoje, velho - e digo velho com todo carinho, toda emoção - Geraldo Zaniratti, que tinha a distribuidora Zaniratti, que fazia aluguel de equipamentos e que, provavelmente, muitos de nós, quando adolescentes, meninos, pudemos assistir a filmes, através do SESC e do SESI, nos nossos bairros, exatamente porque o Zaniratti levava as cópias em 16 mm, que eram produzidas pelo Itacyr Rossi.

Acho importante, Ver.ª Clênia Maranhão, que, neste mundo contemporâneo de um ritmo cada vez mais intenso, onde vamos perdendo a memória dos nomes que marcam a nossa história, possamos, em nome da população de Porto Alegre, fazer a homenagem a Itacyr Rossi.

Evidentemente, o nosso encaminhamento é favorável e, sobretudo, esta é a oportunidade de homenagearmos, ainda em vida, uma dessas pessoas que soube fazer o gesto concreto na construção da cultura do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar o PLL nº 267/01.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, quero, rapidamente, fazer o encaminhamento na defesa do Projeto, de minha autoria, que visa a conceder o Título de Cidadão de Porto Alegre ao cineasta Itacyr Rossi. Para mim foi muito importante quando, conversando com Itacyr Rossi, ele aceitou a nossa proposição para o recebimento deste título. Nessa oportunidade, pude compreender o significado e a importância do seu trabalho para o cinema gaúcho. Segundo, pude também perceber o quanto temos dificuldade na preservação da memória no nosso Estado, assim como no nosso País. Isto temos muito claro, quando falamos dos prédios, da memória arquitetônica, mas, talvez, não tenhamos a dimensão disso, quando as coisas são intangíveis, ou quando se trata de uma produção do passado. As gerações que vivem neste momento, às vezes, têm dificuldade de compreender quem construiu os primeiros caminhos para que chegássemos até aqui. O cinema gaúcho deve muito a Itacyr Rossi. Conversando com ele, descobri que ele tem um acervo impressionante nessa área, e que ainda nenhum Governo construiu uma estrutura capaz de propiciar à sociedade o acesso a esse acervo.

Eu acho que a aprovação do Título de Cidadão de Porto Alegre a Itacyr Rossi, por esta Casa, além de um reconhecimento justo e legítimo vai também, quem sabe, propiciar um incentivo a uma divulgação da obra e da contribuição que ele deu ao cinema e à sociedade gaúcha. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar o PLL nº 267/01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, quero cumprimentar a Ver.ª Clênia Maranhão pela sua iniciativa. Conheço o Itacyr Rossi de longa data. Viemos da mesma cidade, Caxias do Sul, para Porto Alegre. Eu nasci em Vacaria, ele em Caxias do Sul, mas aqui moramos na mesma pensão, e eu aprendi a admirar uma figura que é um sonhador; uma pessoa que transforma os seus sonhos em realizações, e é possível que, outorgando a ele o Título de Cidadão de Porto Alegre, ele tenha reconhecida a importância do acervo cinematográfico de que dispõe, que conta muito da história do Rio Grande do Sul. Já houve algumas tentativas de passá-las para o Memorial do Estado, para documentário do Estado, mas até agora não aconteceu.

Portanto, cumprimentos, Ver.ª Clênia Maranhão, e nós todos votaremos favoravelmente. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, quero fazer o registro do aniversário da Dr.ª Inês Haffner, e como trabalha diligentemente na nossa área, na DL, eu gostaria que fosse registrada a homenagem da nossa Bancada, e creio que falo em nome dos demais Vereadores.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência, com todo o conjunto dos Vereadores e seus colegas, registramos o aniversário da Dr.ª Inês. (Palmas.)

Em votação nominal o PLL nº 267/01. (Após a apuração.) APROVADO por 25 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1319/01 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que altera a redação do inciso VI do art. 94 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. Com Emenda nº 01. (atribuições do Prefeito)

 

Parecer:

- da Comissão Especial: Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observação:

- discussão geral nos termos do art. 130 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PELO nº 004/01, em 3ª Sessão. O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para discutir.

 

O SR. ESTILAC XAVIER Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Sebastião Melo intenta a alteração da Lei Orgânica no Município de Porto Alegre, alterando o inciso VI do art. 94, que pretende acrescentar a seguinte redação, que diz respeito ao Prefeito: (Lê.) “Apresentar-se, anualmente, à Câmara Municipal na data de entrega do Projeto de Lei Orçamentária, para relatar o estado da Cidade, quando discorrerá sobre todos os aspectos da Administração Pública, Direta e Indireta, especialmente sobre finanças, habitação, transporte, educação, saúde, pessoal, meio ambiente, limpeza urbana, urbanização, planejamento, contenciosos judiciais, investimentos, despesas dentro dos contextos conjuntural e histórico.”

Pretende o Ver. Sebastião Melo introduzir um dispositivo estranho ao regime presidencialista no País, e que, notadamente, Ver. Luiz Braz, orienta também o sistema legislativo local. O Município de Porto Alegre, pelo estabelecido constitucionalmente, está dividido em Poderes: o Poder Legislativo e o Poder Executivo. Na esfera nacional temos o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário. Então, a repartição dos Poderes, como contrapeso, impede pela Constituição que haja ingerência de um Poder sobre o outro e eles devem funcionar em equilíbrio. Eles não são diferentes, nem maiores nem menores de um Poder para o outro. Eles são diferentes pela sua competência, não estão subordinados nenhum ao outro; estão subordinados a quem? À Constituição, pela sua competência. Intenta o Ver. Sebastião Melo colocar na Lei Orgânica, que é a Constituição do nosso Município, um artigo que determina ao Prefeito que venha a esta tribuna para relatar aos Vereadores o conjunto de elementos que aqui ele dispôs.

Ora, sabemos que essa não é a função do Prefeito na relação estabelecida constitucionalmente. Aliás, é só por vontade política, isso é o que menos falta ao Governo, de vir a esta Casa. O Prefeito já esteve aqui várias vezes, assim como os Secretários, os assessores, sempre estão aqui quando a Casa requer, a convite ou por convocação, como determina a Lei. Agora, aqui, Ver. Pedro Américo Leal - que me ouve atentamente -, o Ver. Sebastião Melo quer misturar, quer combinar um dispositivo que é de praxe dos regimentos do parlamentarismo. No parlamentarismo... Ele faz inclusive uma invocação de uma determinada forma republicana que existe nos Estados Unidos, em que o Presidente da República vai ao Congresso a cada ano, dar a fala do Presidente; ele quer colocar na Cidade de Porto Alegre algo semelhante como a fala do Prefeito. Outro sistema que nós temos, de regime de separação dos Poderes, não permite esse tipo de procedimento que o Vereador está postulando. Se o regime fosse parlamentarista, não seria das urnas. No parlamento, os Vereadores, por sua vez, elegeriam, dentre eles, o seu Prefeito e, entre os próprios Vereadores, o Secretário de Governo. Assim o é na França e em vários países europeus. Ou seja, lá não existe a figura do Prefeito e do Executivo, existe o Parlamento e o parlamentarismo é que determina toda a condução dos negócios executivos e legislativos, porque eles se combinam. Tanto é que, todos percebem, freqüentemente chamam-se eleições quando o governo perde maioria parlamentar, imediatamente cai o Primeiro Ministro, que faz o papel de Prefeito ou de Presidente, e acaba, portanto, se compondo uma nova maioria na Câmara, no Congresso, havendo, portanto, um novo dirigente do Executivo, subordinado àquela maioria.

É um sistema que lá determina que seja convocado o Ministro, que seja convocado o Prefeito - no caso da França -, que sejam convocados os Secretários e que eles apresentem relatórios à Casa da qual eles são oriundos, ordinariamente e constitucionalmente, o que não é o nosso caso.

Aqui o Ver. Sebastião Melo, na idéia de combinar o sistema de separação dos Poderes com o parlamentarismo, acaba trazendo para a Lei Orgânica uma figura estranha que, do meu ponto de vista, salvo melhor juízo, na verdade, incompatibiliza um Poder com o outro, porque determina que o Prefeito venha aqui, de viva-voz, a cada ano, apresentar um relatório à Casa. Não que a Casa não mereça esse relatório, mas já o tem pela separação e harmonia dos Poderes. Eu acho que esse é o modelo que está preservado pela Constituição, e, salvo ele seja alterado, deve ser mantido.

Portanto, eu recomendo a rejeição da proposta de Emenda à Lei Orgânica feita pelo Ver. Sebastião Melo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para discutir o PELO nº 004/01.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, talvez porque nós, do PSDB, somos basicamente parlamentaristas - e não nos parece que diminua a autoridade do Prefeito a visita ao Legislativo -, nós entendemos, de maneira diversa do Ver. Estilac Xavier, que a proposta que o Ver. Sebastião Melo faz a esta Casa de alteração à Lei Orgânica é absolutamente oportuna, sobretudo porque o Executivo tem a péssima prática de descumprir legislações.

Eu quero dar um exemplo bem objetivo, para que entendam. Há cerca de seis anos, foi aprovado nesta Casa um Projeto de Lei de minha autoria que diz que SMAM deve publicar, anualmente, Ver. Pedro Américo Leal, séries históricas das modificações dos índices de meio ambiente da Cidade de Porto Alegre. Pois até hoje a SMAM não cumpre essa Lei, com a omissão dos Prefeitos, com a omissão dos Secretários, Ver. Beto Moesch. Isso seria importante, por quê? Porque nós saberíamos, não se hoje estamos assim ou assado, mas se nós temos melhorado ou se nós temos piorado na poluição do ar, no ruído, na presença de verde, e por aí afora.

É curioso que um Prefeito que adora fazer prestação de contas pública em praça, com exposições, com fotografias, com folhetos, com ampla publicidade, como são os Prefeitos da administração pública petista, tenham, eventualmente, qualquer resistência a vir a esta Casa apresentar, não apenas um relatório, como diz aqui a proposta do Ver. Sebastião Melo, quanto eventualmente fazer uma análise da Cidade. E justificar, nessa análise, a sua proposta orçamentária. Porque seria interessante que, longe de apenas lermos um documento - e sabemos que o papel tudo aceita -, pudéssemos, mais do que conversar com o Secretário da Fazenda ou com o Secretário de Planejamento do Orçamento Participativo, conversar com o Prefeito, fazer questionamentos ao Prefeito. E o Prefeito, quem sabe, seria mais feliz, inclusive no convencimento dos Vereadores, para, posteriormente, votarmos a proposta orçamentária. Quem sabe eliminaríamos mais da metade o número de emendas que atualmente se apresentam, anualmente, à proposta orçamentária do Executivo, a partir da fala do Prefeito nesta Casa?

Se o Prefeito vem, pessoalmente - e têm vindo os Prefeitos da administração pública -, fazer a entrega da peça orçamentária ao Presidente da Casa, por que não pode fazê-lo no Plenário da Casa? Em que diminui o Prefeito o fato de estar no Plenário? Em que diminui o Prefeito? A não ser que se julgue que os Vereadores que não são Presidente da Casa são menos Vereadores ou merecem menos respeito do Prefeito Municipal. É bom que se lembre que a representação dos trinta e três Vereadores é a representação da totalidade da Cidade. Ao vir à Casa, o Prefeito, portanto, não faz uma homenagem aos Vereadores, mas faz uma homenagem à própria Cidade, faz um reconhecimento de respeito ao cidadão, que, pagando o seu imposto, tem o direito, sim, de ser informado, não pela publicidade, não pela distância de uma exposição que pode escolher apenas os ângulos mais benévolos, que interessam à Administração, mas que deve ser informado, por meio de um debate que eventualmente se possa fazer neste Plenário, com a transmissão pela nossa televisão, a TV Câmara, pelas emissoras de rádio. Imaginem, Srs. Vereadores, sabedores de que em tal data o Sr. Prefeito Municipal estará nesta Casa para um debate com os Srs. Vereadores, dentro das regras que conhecemos - dez inscrições, tanto tempo para cada um, sem a tréplica, e assim por diante -, se não haveria interesse dos meios de comunicação em transmitir ao vivo esse tipo de encontro?

Tem razão, sim, o Ver. Sebastião Melo, e, de nossa parte, encaminhamos absolutamente favorável a esse Projeto. É importante que o Prefeito se disponha, não só a fazer uma prestação pública lá na praça, onde ele fala do que quer e mostra o que seleciona; é importante, sim, que o Prefeito se disponha, não apenas a cumprimentar e entregar um projeto ao Presidente da Casa e à Mesa Diretora, mas que venha dialogar com os trinta e três Vereadores. Somos todos nós - Prefeito, o seu Secretariado e os trinta e três Vereadores - que ajudamos a administrar esta Cidade, em nome da população de Porto Alegre. Por que não conversarmos? Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Mesa apregoa a promulgação da Emenda nº 18 à Lei Orgânica, de 12 de dezembro de 2001, que altera a redação do artigo 240 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e o artigo 6º do Ato das Disposições Orgânicas Gerais e Transitórias. A Emenda nº 18 diz: (Lê.) “O Município deverá implantar e manter áreas verdes de preservação permanente, perseguindo proporção nunca inferior a doze metros quadrados por habitante em cada uma das regiões de gestão de planejamento previsto no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.”

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PELO nº 004/01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, até o início deste ano, o Partido dos Trabalhadores, com os partidos aliados a ele, tinha todas as condições de impedir que reformas na Lei Orgânica do Município pudessem ser realizadas, porque ele tinha 12 votos, 10 dele mais dois dos partidos aliados; tinha 12. Precisamos de 22 para fazer reforma na Lei Orgânica do Município. Até o início desde ano, o Partido dos Trabalhadores conseguia bloquear essas alterações. Depois que o Ver. José Fortunati saiu do Partido dos Trabalhadores e foi para o PDT, o Partido dos Trabalhadores perdeu a condição de bloquear as alterações na Lei Orgânica. Vejam como isso é importante.

Na Legislatura passada, nós também propusemos aqui uma alteração na Lei Orgânica Municipal. Queríamos que o candidato a Prefeito, quando eleito, quando ele viesse tomar posse, já na condição de Prefeito, trouxesse aqui para a Câmara Municipal tudo o que serviu para que ele se elegesse - as suas promessas de campanha -, para que ele, depositando aqui na Câmara as promessas de campanha, que não podem ser apenas palavras para enganar as pessoas, mas propostas que venham a ser implementadas logo após a sua eleição, que tivesse uma responsabilidade maior com relação aos discursos que são feitos antes das eleições. Mas a bancada petista, naquele época, podia impedir as alterações. Em vez de promessas de campanhas, como nós queríamos, passou-se um texto bem ameno, dizendo que a proposta partidária é que tinha de ser trazida pelo Sr. Prefeito Municipal para ser depositada. Não adiantou muito, porque o que nós queríamos era o compromisso do candidato com o seu discurso; normalmente acontece que o candidato promete muito e realiza muito pouco. Queríamos que o Prefeito se comprometesse com o seu discurso, e a bancada petista impediu que esse comprometimento se pudesse dar na aprovação que esta Casa fez e que a Bancada do PT conseguiu fazer alteração, colocando proposta partidária.

O Ver. Sebastião Melo quer, novamente, que o Sr. Prefeito Municipal assuma compromisso com a população e venha até esta Casa para dizer exatamente aquilo que ele vai fazer, aquilo que ele vai realizar, um compromisso, um contrato com a população, dizendo que ele tem responsabilidade com o planejamento. Ele vai estabelecer um contrato com a população de que realmente ele vai fazer um determinado trabalho, e vai prestar contas a esta Casa, ele tem que prestar contas a esta Cidade. O Ver. Estilac Xavier disse que, agora, na Constituição, lá é um Poder, aqui é outro Poder, há divisão de Poderes, mas eles têm que ser harmônicos entre si, e este Poder, Ver. Estilac Xavier, é o fiscalizador das ações do Executivo. Para fiscalizar as ações do Executivo, este Poder, que é o Poder Legislativo, pode propor todas as ações cabíveis, e uma das ações cabíveis é fazer o Prefeito vir aqui. Não se está mexendo, na verdade, nessa independência; é um Poder que vem até um outro Poder, convocado que é - porque este Poder pode fazer convocação -, para prestar o seu depoimento, para dizer dos seus compromissos.

Mas, mais uma vez, o Partido dos Trabalhadores quer fugir a esses compromissos com a população. Esse é o verdadeiro compromisso que o Prefeito deve assumir com a população, esse sim, mas esse o PT não quer. O PT tem medo de compromissos, porque compromissos podem vir a comprovar que o Partido dos Trabalhadores promete muito e realiza muito pouco. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Encerrada a discussão do PELO nº 004/01.

(O Ver. João Antonio Dib pede a palavra.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª não estava inscrito para discutir o PELO nº 004/01.

 

(Manifestação do Ver. João Antonio Dib fora do microfone.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Eu não poderia adivinhar, Vereador.

Eu vou, então, reabrir a discussão que eu já havia encerrado, para poder atendê-lo.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PELO nº 004/01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, consta, na Lei Orgânica, que Legislativo e Executivo são dois Poderes iguais e harmônicos, mas independentes.

O Prefeito, sistematicamente, nos últimos doze anos, tem feito a sua prestação de contas de forma muito cara, em papel impresso de excelente qualidade, lá no Largo Glênio Peres, quando ele deveria trazê-la à Casa do Povo de Porto Alegre, e não ao Orçamento Participativo, pois nem todas as obras são realizadas, mas são prometidas. Então, não existe momento melhor para mostrar essa harmonia e independência. A própria Lei Orgânica determina que ele faça a prestação de contas, mas agora o Ver. Sebastião Melo está querendo que seja feita no Plenário. Para que o Prefeito não tenha um dia a mais perdido... Mas ele poderia perder muitos dias, porque o que se viu nos últimos anos é que o número de viagens dos Prefeitos tem sido muito grande, e não seria um desperdício ele ficar ou não aqui, dá tudo na mesma coisa. Hoje mesmo, o Prefeito está comunicando que, para encerrar o ano, ele vai fazer três dias de debate com o PT lá no Rio ou em São Paulo. Então, o Ver. Sebastião Melo quer que ele compareça aqui para fazer a prestação de contas para os Vereadores.

Eu, para simplificar, propus que ele fizesse isso exatamente no dia em que a Lei Orgânica determina que ele venha à Casa e faça a sua prestação de contas, o seu relatório anual. Então, eu até o estou poupando. Nem isso o Prefeito tem feito com a seriedade e a responsabilidade com que deveria acontecer, isto é, levar em mãos a prestação de contas do ano anterior para o Legislativo. Eu entendo que este é um momento de orgulho para o Prefeito, de ele poder dizer: “Eu realizei, eu produzi, eu fiz; o dinheiro que o povo me entregou foi empregado desta forma. Eu não entendo por que eles não querem ter essa hora de glória, de orgulho e de honra.

Eu fui Prefeito e me sentia tão bem no dia de prestação de contas, quando eu chegava na Casa, recebido por todos os Vereadores, trazia o Relatório, dizia o que aconteceu, e eles podiam fazer perguntas. Será que o Prefeito não quer responder às perguntas dos Vereadores? Eu não acredito.

Por isto, eu espero que a Emenda do Ver. Sebastião Melo seja aprovada: para melhorar o relacionamento entre o Executivo e o Legislativo, em benefício do povo da nossa Cidade. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Agora, sim, está encerrada a discussão do PELO nº 004/01.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 4133/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 103/01, de autoria da Mesa Diretora, que revoga as Resoluções nºs 953, de 17 de maio de 1988, e 1.459, de 24 de abril de 2000 - extinguindo o troféu de poesia e monografia Glênio Peres, resultante de concurso de poesia e de monografia sobre Porto Alegre - e dá outras providências.

 

Observação:

- dispensado de Parecer nos termos do art. 102, § 4º, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 103/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação o PR nº 103/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Srs. Vereadores, chamamos novamente as Lideranças, para que possamos acertar uma segunda rodada de votação, pois já cumprimos o que foi determinado por Requerimento, no início da Sessão.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 17h09min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão. Não havendo acordo entre as Lideranças, vamos, neste momento, convocar o Presidente da CCJ, Ver. Elói Guimarães, para que presida a reunião conjunta das Comissões para o Parecer ao Projeto que dispõe sobre a instalação de estações de radiobase, equipamentos afins, de rádio, televisão, telefonia, telecomunicações no Município de Porto Alegre, PLE nº 034/01

Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h10min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol – às 18h10min): Estão reabertos os trabalhos da 111ª Sessão Ordinária.

Visualmente não há quórum. Convocamos os Srs. Vereadores para uma Sessão Extraordinária a seguir. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h11min.)

 

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